A Diocese de Iguatu celebra seu Patrono, São José, na Catedral da qual é titular, nas diversas Comunidades que o escolheram como Padroeiro e, especialmente, em Catarina. O Ceará católico está em festa, inclusive porque durante a novena de seu Padroeiro, as chuvas, tão necessárias e tão aguardadas, caem como bênçãos que o Criador derrama, através da natureza.
Na história de nossa salvação, a missão de José é servir com alegria e amor ao plano de Deus. Serviu ao Jesus menino e adolescente na qualidade de pai, adotando-o como seu filho. Missão que lhe deu honra e dignidade. Como tal, estreitou laços paternos de educador, de sorte que seu modo de viver e de dizer foi assimilado por Jesus, deixando-se plasmar pela Lei de justiça e de santidade do seu povo.
De José, Jesus aprendeu a orar e a cantar os salmos, a conhecer as Escrituras, a frequentar a sinagoga, a peregrinar ao templo, a celebrar as grandes festas, em especial a páscoa. O jeito de trabalhar também. A partir da oficina de José, não é só reconhecido como o “filho do carpinteiro”, mas aquele que trabalhava. Assim, assumiu o trabalho humano para santifica-lo. Elevá-lo. Reconduziu a atividade ao sentido do paraíso perdido onde o homem e a mulher foram postos para cultivar e guardar. Por isso, deu valor divino ao humano e recuperou a honra do trabalho e da ação como realização existencial.
José serviu a Maria, sua esposa ao aceita-la com seu mistério revelado. Tornou-se protetor de sua reputação ao conhecer a gravidez operada pelo Espírito Santo. Respeitou sua integridade. Merece, pois, segurar o lírio que os artistas lhe oferecem em ícones, imagens e pinturas. Flor da pureza! Bela flor que diz muito mais de Maria do que dele. Entretanto, merece o superlativo de castíssimo.
José serviu a Sagrada Família. Guiou-a, sustentou-a e defendeu-a. A fuga para o Egito é estratégia de defesa com sabedoria e prudência. A viagem de volta do Egito é o discernimento da hora adequada. O retorno é a certeza do dever cumprido. Ele merece, portanto, os superlativos de homem prudentíssimo e providentíssimo.
Em José de Nazaré, tudo é excessivo na sua exatidão. Até seu silêncio. É homem de ação e não de palavras. Ninguém as registrou. As Escrituras se calam. Contudo, ele fala. Ensina sem palavras. Convence com atitudes. De fato, quando acordou do sono, fez como o anjo lhe havia ordenado, tanto na aceitação de Maria e de seu Filho Jesus, quanto na proteção a eles dispensada, partindo com ambos para o desterro. Deus não precisaria de um falador, mas de um livre executor. Por conseguinte, escolheu-o. Pelo seu sim na ação também merece ser conhecido como José obedientíssimo.
Sua presteza foi sentida por tantos no decorrer da vida da Igreja. São muitos os testemunhos de seus devotos. Exemplificamos com a grande Santa Tereza de Ávila, reformadora do Carmelo. A ele, recorria para iniciar e sustentar tantas fundações e solucionar dificuldades. Confessa: “Tomei por advogado e senhor ao glorioso São José e encomendei-me muito a ele… Não me recordo até agora de lhe ter suplicado coisa que tenha deixado de fazer. É coisa de espantar as grandes mercês que Deus me tem feito por meio deste bem-aventurado Santo e dos perigos de que me tem livrado tanto no corpo quanto na alma” (Livro da Vida, VI, 6).
A solicitude de José se sente também na Diocese de Iguatu. É surpreendente. Ele nos protege. Cuida de nossas famílias, das pessoas consagradas, do clero, das lideranças leigas e de todo o Povo de Deus. Com gratidão, reconhecemos sua benevolência. Ele age como forte intercessor, mesmo sem grandes estardalhaços. Por isso, na confiança de que muito lhe devemos, apresentamos novas e ousadas petições, na certeza que as levará a Jesus e a Maria. Lembremos, entretanto: quem pede se compromete com aquilo que deseja e suplica.
Enfim, aproveitemos esses dias de homenagens para dizer-lhe nosso muito obrigado, sincero e afetuoso.