A noite da Solenidade do Nascimento de Nosso Senhor Jesus Cristo é marcada pela temática simbólica e sugestiva da luz. O profeta Isaias dá o toque: “O povo, que andava na escuridão, viu uma grande luz; para os que habitavam nas sombras da morte, uma luz resplandeceu” (Is 9,1). A narrativa evangélica ressalta semelhante simbologia em relação aos pastores: “a glória do Senhor os envolveu em luz” (Lc 2, 9).
A missa do dia, no prólogo do quarto evangelho, diz do Batista e do Verbo encarnado: “Ele veio como testemunha, para dar testemunho da luz, para que todos chegassem à fé por meio dele. Ele não era a luz, mas veio para dar testemunho da luz: daquela que era a luz de verdade, que, vindo ao mundo, ilumina todo ser humano” (Jo 1, 7-9).
Os evangelhos da infância de Jesus contemplam a chegada do Menino como sendo a luz divina que a todos alumia. Canta o velho Simeão: “meus olhos viram tua salvação, que preparaste em face de todos os povos, luz para iluminar as nações e glória de teu povo, Israel” (Lc 2, 29-32). Na mesma perspectiva da luz que atrai os povos distantes, os magos são conduzidos pelo astro luminoso: “vimos a sua estrela no seu surgir” (Mt 2, 2); “eis que a estrela que tinham visto no seu surgir ia à frente deles até que parou sobre o lugar onde se encontrava o menino. Eles, revendo a estrela, alegraram-se imensamente” (Mt 2,9-10).
Igualmente a vida pública de Jesus, na Galileia, será relida pela mesma temática simbólica, quer pelos seus ensinamentos, quer por suas ações. Assim nos faz ver o evangelista Mateus, citando Isaías: “o povo que jazia nas trevas viu uma grande luz; aos que jaziam na região sombria da morte, surgiu uma luz” (Mt 4, 16). O próprio Jesus ao curar um cego de nascença dirá de si mesmo: “Enquanto estou no mundo, eu sou a luz do mundo” (Jo 9, 5).
Tais considerações favorecem o bom uso da imagem em relação a nós, como nos ensina Jesus: “Brilhe a vossa luz diante dos homens, para que vendo as vossas boas obras, eles glorifiquem vosso Pai que está nos céus” (Mt 5, 16). O próprio Paulo se deixa impressionar pela dimensão ética e luminosa do tema. Por isso, exorta à vida nova com os seguintes termos: “deixemos as obras das trevas e vistamos a armadura da luz” (Rm 13, 12).
A maioria dos enfeites e símbolos do Natal reflete a dimensão iluminadora da festa. Por isso, em toda a parte onde existe um cristão se acendem luzes: velas, gambiarras, lâmpadas. A árvore e o presépio não dispensam a luz da estrela que indica o Messias, o Salvador.
Para os fiéis católicos, a Eucaristia está no centro e é o ápice da solenidade. Ela é o memorial da nossa redenção, instituída pelo Senhor na última ceia: “Fazei isto em minha memória” (Lc 22,19). Assim, inclui sua chegada e sua acolhida em nossos corações a modo de comunhão na Palavra e no sacramento. Logo, não existe a celebração plena do Natal sem a Eucaristia, a participação na missa, de preferência com os familiares, junto com nossos irmãos na fé.
Em consonância, o Bispo de Iguatu deseja que o Natal seja repleto da presença luminosa de Jesus a radiar o amor, trazido por Ele da parte do Pai com a cooperação do Espírito Santo. Vivenciemos a experiência dos pastores que “encontraram Maria, José e o recém-nascido deitado na manjedoura” (Lc 2, 16).
A TODOS FELIZ, ABENÇOADO E SANTO NATAL!