A Igreja Católica abre o ano litúrgico com o tempo do advento, de expectativa e de esperança pela vinda do Senhor. Nas primeiras semanas, destaca-se a espera do seu retorno em glória: “Ficai preparados! Porque, na hora em que menos pensais, o Filho do Homem virá” (Mt 24, 44).
Faz parte da nossa fé: “Esse Jesus, que foi arrebatado dentre vós para o céu, virá do mesmo modo como o vistes partir para o céu” (At 1, 11). Professamos no credo apostólico: “subiu aos céus, está sentado à direita de Deus Pai todo poderoso, donde há de vir a julgar os vivos e os mortos”. O credo niceno-constantinopolitano explicita: “de novo há de vir, em sua glória, para julgar os vivos e os mortos; e o seu reino não terá fim”.
No tempo do advento, a Igreja renova a alegre expectação que constitui o epílogo do Apocalipse, em forma de súplica e de diálogo: “ Sim, venho muito em breve! Amém! Vem, Senhor Jesus” (Ap 22, 20).
Perto do Natal, especialmente durante a novena, os textos litúrgicos insistem na vinda histórica do Verbo que se fez carne (Jo 1, 14), nasceu em Belém e de Maria Virgem (Lc 2, 4-7) por obra do Espírito Santo (Mt 1, 18). A dimensão salvífica destes acontecimentos ela é professada no credo apostólico e no niceno-constantinopolitano: “e por nós, homens, e para nossa salvação, desceu dos céus e se encarnou, pelo Espírito Santo, no seio da Virgem Maria e se fez homem”.
As duas vindas do Senhor, o tempo do advento acentua. A propósito, ensina o bispo São Cirilo de Jerusalém: “Anunciamos a vinda de Cristo: não apenas a primeira, mas também a segunda, muito mais gloriosa. Pois a primeira revestiu um aspecto de sofrimento, mas a segunda manifestará a coroa da realeza divina”. Aliás, na solenidade do Natal, na missa da noite, se lê um trecho da Carta de Paulo a Tito, na qual as duas vindas são lembradas: “A graça de Deus se manifestou trazendo salvação para todos os homens. Ela nos ensina… a aguardar a feliz esperança e a manifestação da glória do nosso grande Deus e Salvador, Jesus Cristo” (Tt 2, 11-13).
É preciso, pois, aproveitar do tempo do advento, da riqueza de sua espiritualidade litúrgica e devocional, através das várias simbologias. A criatividade pastoral se servirá da coroa do advento, do presépio, da árvore natalina, entre outros símbolos, para expressar o itinerário a ser percorrido em quatro semanas de preparação.
A criatividade há de aproveitar a riqueza dos textos bíblicos, lidos na liturgia, para comentá-los e atualizá-los na vida dos fiéis. Os textos nos fazem seguir um caminho progressivo de compreensão para a aplicação prática. Esta inclui, acertadamente, o Natal dos pobres com a partilha de bens sempre necessária. De fato, é preciso favorecer a ceia dos empobrecidos. Portanto, que nenhuma Comunidade se esqueça de celebrar o Natal com os pobres! Inclua-se também a purificação por meio do sacramento da penitência para que ninguém se sinta impedido da comunhão eucarística na festa do nascimento de Jesus.
O repertório musical e cênico favorece a participação de todos nas novenas de Natal e na composição do presépio, em casa ou na Comunidade. A beleza musical e a teatral aproximam as pessoas entre si e todas de Deus. Os próprios anjos cantaram para atrair os pastores. Com arte e louvação, embelezaram a cena: o Menino nos braços de sua Mãe.