LER, CELEBRAR E VIVER A PALAVRA

O último domingo de setembro é o Dia Nacional da Bíblia devido à proximidade do dia 30, memória litúrgica de São Jerônimo, tradutor das Escrituras para o latim.

Aos poucos, estendeu-se a todo o mês para estimular o conhecimento e o amor aos Livros Santos, através de sua leitura diária, atenta e orante. Consequentemente, é oportuno oferecer ciclos de palestras, simpósios, seminários para universitários e adultos interessados. Às crianças e aos jovens promovam-se gincanas e concursos, encenações e outras atividades lúdicas, a fim de que lhes seja prazeroso o contato com a Bíblia.

Muito útil é a introdução à leitura bíblica. Há vários métodos. A pedagogia litúrgica nos apresenta a leitura continuada, na Liturgia da Palavra, durante a celebração dos sacramentos, especialmente a Eucaristia. A homilia serve para aplicar aos participantes os textos proclamados. Há também os métodos próprios de interpretação das Escrituras no estudo da Teologia. Os alunos são introduzidos na leitura científica dos textos inspirados mediante a exegese e a hermenêutica. A propósito, é ampla a publicação das editoras católicas de obras que nos dão acesso aos avanços da pesquisa bíblica recente. Vale, sobretudo, para formação permanente dos sacerdotes.

Popularmente, o método ainda mais difundido entre os católicos no Brasil é a leitura feita nos Círculos Bíblicos. Trata-se de ler um texto bíblico, acompanhado do “texto da vida”, com perguntas prévias para que os participantes possam se exprimir à vontade e rezarem juntos, a partir da Palavra ouvida, comentada e aplicada. As novenas de Natal e as Campanhas da Fraternidade, durante a Quaresma, usam desta metodologia simples e por isso acessível. Além disso, mostra-se bastante eficaz.

Soma-se aos métodos acima, a leitura orante da Bíblia, hoje muito recomendada inclusive pelos documentos mais recentes do episcopado brasileiro. O livro “Sou Católico. Vivo a minha Fé”, publicado pela CNBB ensina este método que compreende três passos:

“LER com atenção e calma o texto bíblico escolhido ou indicado, procurando compreender o sentido de cada palavra ou frase; reler, se necessário, para entender o que o texto diz”;

MEDITAR procurando responder o que a Palavra diz para mim ou para nós, hoje. Atualizar o sentido do texto para a vida pessoal, comunitária ou social… Pode-se escolher uma palavra ou frase para resumir e memorizar a Mensagem da Palavra para a nossa vida;

ORAR, considerando o que o texto meditado me leva a dizer a Deus. Trata-se de nossa resposta à Palavra em forma de oração”.

Em setembro, tempo propício à escuta da Palavra, é de grande valor as afirmações de São Paulo, dirigidas ao bispo São Timóteo: “Desde a tua infância conheces as sagradas Letras; elas têm o poder de comunicar-te a sabedoria que conduz à salvação pela fé em Cristo Jesus. Toda Escritura é inspirada por Deus e útil para instruir, para refutar, para corrigir, para educar na justiça, a fim de que o homem de Deus seja perfeito, qualificado para toda boa obra” (2 Tim 3, 15-17).

São Paulo nos afirma que a leitura bíblica é poderosa em frutos, pois, comunica-nos a sabedoria salvífica, ao instruir-nos na fé e ao educar-nos na justiça, isto é, na santidade.

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