Setembro, mês da Bíblia. Ela contém a Palavra de Deus que sustenta e alimenta a vida eclesial.
Renova os discípulos de Cristo para que sejam seus missionários e testemunhas na família e nos ambientes. A Palavra é atualizada pelo Ano Litúrgico, nos Sacramentos, especialmente a Eucaristia. É Palavra eficaz, pois realiza o que celebramos.
A celebração eucarística inclui a Liturgia ou Mesa da Palavra, para ser alimento no caminho. São leituras do Antigo e do Novo Testamento. É a recitação ou o canto dos salmos. É a proclamação do Evangelho seguido da homilia a transmitir o que Deus diz à assembleia.
A Palavra transparece nos cantos, especialmente os cânticos litúrgicos. Também quando os compositores se servem dos textos bíblicos, tão recomendados pela renovação conciliar. Além dos salmos musicados, com destaque para “O Senhor é meu Pastor” e o Cântico da Virgem Maria (Magnificat), cantamos melodias extraídas dos hinos bíblicos, das Cartas de Paulo e dos ditos de Jesus. Quem não conhece, por exemplo: “Eu quis comer esta ceia agora” ou “Prova de amor maior não há”? Não faltariam outras exemplificações.
A Palavra está presente em esculturas e pinturas e vitrais, na variedade dos símbolos, na constituição arquitetônica e até nas sentenças reproduzidas nos espaços de muitas igrejas. São meios de transmissão. Falam: recordam as verdades; favorecem a oração e a contemplação.
A Palavra acompanha as devoções. O rosário é bíblico quanto às orações e quanto aos mistérios. É a meditação da vida de Jesus e de Maria a partir da Palavra contida na Bíblia ou na Tradição. O mesmo se diga da Via-Sacra, pela qual meditamos até pelo olhar o caminho percorrido pelo Redentor, desde sua Paixão até a morte de cruz e sepultamento.
A Palavra é divulgada nos autos católicos em momentos festivos. Eles encenam as narrativas bíblicas, notadamente no Natal, ao reproduzirem cenas do presépio, ou na Semana Santa, ao expressarem os acontecimentos dolorosos do nosso Redentor.
A Palavra dá vida ao dinamismo apostólico e missionário. Os textos de preparação para o Natal e a Páscoa, da Campanha da Fraternidade, entre outras iniciativas de reunir às pessoas para a oração e ao diálogo, em torno de um tema, são extraídos dos Livros Sagrados. Entre nós, nas novenas dos Padroeiros há o cuidado de priorizar os textos bíblicos em torno de uma frase temática. Os Círculos Bíblicos se constituem com a dinâmica de relacionar a Palavra e a vida. Quando ocorrem encontros e reuniões de grupos de oração ou de trabalhos pastorais, se recorrem aos textos das Escrituras, escolhidos para a circunstância e aptos para a ação.
A catequese também é baseada no ensinamento da Palavra de Deus, transmitida em sintonia com a pedagogia da fé, respeitando as idades e os ambientes humanos. A Iniciação Cristã de Adultos, catecumenato batismal ou crismal, fundamenta-se na Palavra. O mesmo se diga de todas as Pastorais. Elas brotam do apelo da Revelação diante de novos desafios.
Se as Escrituras estão presentes na vida eclesial, por que um mês e um dia especial da Bíblia? Para estimular a leitura pessoal, mais assídua e orante. Aliás, a criatividade pastoral produziu as iniciativas de incrementar cursos, concursos e gincanas bíblicas. Harmoniza a pesquisa e o estudo com o jogo que dá prazer. Causa interesse. Obtém resultado.
O leitor bíblico descobre a beleza do ensinamento e o sentido de viver comprometido com o plano de Deus e com o outro, acolhido como irmão e irmã, parceiros no projeto da existência a caminho da eternidade. Descobre a beleza da Liturgia e do simbolismo do culto porque reconhece sua origem bíblica. Está apto a acolher na mente e no coração a mensagem diária para a vida e a auto-ajuda. Sabe orar e rezar a partir da Palavra. Com a Bíblia.