Aproxima-se o domingo, dia dos pais. No Brasil, foi fixado no segundo domingo de agosto, para ficar perto da festa de São Joaquim, pai de Maria Santíssima, então celebrado no dia 16.
Tal referência não tem mais sentido, pois, o santo com a renovação litúrgica pós-conciliar, passou a ser festejado com sua esposa, Sant’Ana, no dia 26 de julho. Mudou o enfoque. Realça-se o casal idoso, a estabilidade matrimonial e, sobretudo, o fato de serem avós de Jesus.
Muitas festas ligadas ao catolicismo entraram no processo de secularização. Assim sendo, o dia dos pais foi assimilado pelo comércio a fim de aumentar as vendas. É legítimo, pois os filhos desejam presentear o pai e são motivados por intensa propaganda.
Pais praticantes não só batizam os filhos, mas vão à missa com eles, aos domingos. É belo vê-los com as crianças. No dia dos pais são abençoados e felicitados pelo celebrante e a assembleia. É próprio dos pais católicos abençoarem os filhos e rezarem junto com eles e a esposa. Juntos compõem a Igreja doméstica.
Houve um tempo que se dizia: importante é ser pai e não ter filhos. A frase de efeito servia de incentivo à reflexão sobre a participação paterna, na vida e no dia -a -dia das crianças e adolescentes. Ser seria superior a ter. Na realidade, estimulava o pai presente diante do fenômeno social do pai ausente.
Há muitos pais presentes. É comum aos domingos e feriados os ver saindo com seus filhos para o passeio, a praia, o futebol, as brincadeiras e jogos. Nos centros urbanos, nas peças de teatro infantil ou nos shoppings, sobretudo, na praça de alimentação. Nos interiores, nas vaquejadas e rodeios.
Bem menos é a participação nas reuniões da escola, infelizmente. Contudo, há pais que as frequentam, mesmo ocasionalmente. Em dias de festa, conclusão de curso ou formatura, é muito importante o pai presente, tão requisitado e desejado pelos filhos. Traz-lhes enorme satisfação.
A participação paterna diminui nas reuniões de Igreja, mesmo quando os filhos estão próximos de receber a primeira Eucaristia ou a Crisma. Contudo, há honrosas exceções. Quando o pai é realmente praticante ou engajado na Comunidade ou em algum Movimento ou Associação, faz questão de participar. A criança e o jovem sempre apreciam a presença do pai. Ficam muito contentes quando ele expressa a satisfação de estar ali com eles.
O pai é muito importante para Deus. Precisa estar presente, orando diante do Mistério: Estou aqui, Senhor! Minha paternidade vem de ti. Cuida de meus filhos e filhas. Por isso, as Escrituras fazem muitas referências a ele. No Gênesis, Deus criou o pai, ao criar o homem e a mulher. Deu-lhes a missão de povoar a terra, o que não contradiz, mas estimula, a paternidade responsável, aquela de ter o número de filhos que se pode criar bem.
O estímulo ao controle da natalidade deixa as nações sem futuro. Contraria a visão de que muitos filhos são sinal da bênção divina no serviço prestado à vida. Diz o salmista: “tua esposa será vinha fecunda, no recesso de teu lar; teus filhos rebentos de oliveira ao redor de tua mesa. Assim será abençoado o homem que teme ao Senhor” (Sl 128[127], 23-24).
A Escritura afirma igualmente: “O Senhor glorifica o pai nos filhos” (Eclo 3, 2). Além disso, a Palavra de Deus apresenta motivos para o filho honrar o pai e cuidar dele na velhice (Eclo 3). Os conselhos, quase todos, ainda valem aos nossos dias. Quando atualizados, é a prática do mandamento “honrar pai e mãe”. Quanto a Jesus, Ele nos ensinou a dizer a Deus: Pai nosso, do qual deriva toda autoridade para servir, inclusive a paternidade.