A Cidade de Iguatu vive o tempo dos festejos em honra à Padroeira, Senhora Sant´Ana, integrando com harmonia o religioso e o lúdico. Na liturgia e na devoção, os iguatuenses expressam a alegria da fé nas celebrações: as festas e solenidades do ano litúrgico e as novenas aos santos e santas, padroeiros das Comunidades. De modo especial ocorre, entre nós, a afetuosa veneração a Sant´Ana e o agradecimento anual ao seu patrocínio.
A Igreja que está em Iguatu conhece e aprecia as festividades. Sabe celebrar com arte e louvação. Conjuga fé e beleza. Harmoniza o corporal e o espiritual no ritmo das músicas, dos instrumentos, dos cânticos e das palmas.
Em atenção aos 300 anos da chegada da imagem de Senhora Sant´Ana a serem celebrados no próximo 2019, a festividade atual quer envolver gerações no legado recebido e guardado com reconhecimento e carinho. É a oportunidade de trazer à luz a religiosidade da principal cidade do centro-sul do Ceará cuja festa foi introduzida, recentemente, no calendário oficial do Estado.
Cidade é o modo e o lugar que um povo se organiza para conviver e ser feliz. A festa expressa a vida boa construída, mesmo com dificuldades e certas urgências de superação. Quando se festeja põe-se de lado os infortúnios, conforme diz o ditado: “quem canta seus males espanta”.
Retornam os filhos (as) ausentes. Aproximam-se os distantes. Para todos é dia de descanso, o tão esperado feriado. Inspira-se na tradição bíblica, no remoto descanso sabático, feito celebração dominical para recordar a páscoa de Cristo ou festivo para os dias santificados pela Igreja. Quando não se trabalha, se descansa ou festeja-se. Acrescenta-se, assim, ao dever do trabalho, o direito ao lazer para o entretenimento e a distensão.
Entretanto, convém pensar e agir. A cidade que tem Sant´Ana como Padroeira e a chama, respeitosamente, de Senhora, há de cuidar de seus velhos com atenção, cuidado e carinho. Devotos da avó de Jesus, é necessário sempre rever a problemática dos nossos idosos para que vivam saudáveis e bem acompanhados para que não se sintam isolados, sozinhos, invisíveis.
Igualmente, é preciso refletir. Os idosos são convidados a aceitar os jovens e vice-versa, na convivência familiar e social e eclesial. Na reciprocidade do amor e do respeito, aprendam uns com os outros, superando o inevitável conflito de gerações. Cabe não se fecharem à novidade que sempre aparece. Não é fácil se renovarem. Por outro lado, compete à juventude que domina as novas tecnologias cultivar a paciência e a compreensão para com aqueles que têm dificuldade em manusear a Internet e o WhatsApp e andam mais devagar com a mente e não só com os pés.
Vale meditar sobre a narrativa da Apresentação do Menino Jesus no templo. Quem reconhece e acolhe o novo –a Criança- são os santos velhos, Simeão e a profetiza Ana, de 84 anos (Lc 2, 28-38). Eles cultivaram a esperança na promessa. Eis o segredo da jovialidade deles: a expectativa messiânica. Que nossos idosos não se deixem esclerosar. Cultivem boas expectativas!
Nesses dias festivos, oremos com o salmista: “Senhor, foste para nós um refúgio de geração em geração” (Sl 90, 1), e ainda: “Ensina-nos a contar os nossos dias para que venhamos a ter um coração sábio” (Sl 90, 12). Para descobrirmos o sentido da vida e a beleza da convivência e da partilha entre gerações diferentes na mesma cidade que construímos com a ajuda de Deus.
Feliz comemoração de Senhora Sant´Ana! Traga para todos as bênçãos de prosperidade, de serenidade e de paz para a Cidade, seus distritos e sítios, com seus moradores e devotos.