Desde o dia 3 de outubro, a Igreja Católica, representada, no Sínodo dos Bispos, dedica-se ao tema: “Os jovens, a fé e o discernimento vocacional”. Conclui-se no domingo, dia 28.
Na concelebração eucarística de abertura, o Papa Francisco, em sua homilia, convidou a “despertar e renovar em nós a capacidade de sonhar e esperar”. Boa atitude para enfrentar a temática da juventude como presença e esperança, na Igreja e no mundo.
O Papa pôs os sinodais na perspectiva do Espírito Santo para despertar e renovar. Realmente, o Espírito é a juventude perene da Igreja. É também “quem renova a face da terra”, segundo o salmista. Estabelece uma relação de parentesco com a indispensável jovialidade. Nesta ótica, o Sínodo é um instrumento de renovação, ao serviço da vitalidade do corpo da Igreja. Evita a esclerose pastoral.
O texto do Evangelho, muito apropriado para a ocasião, acentuava a atividade do Paráclito: “O Espírito Santo que o Pai enviará em meu nome, Esse é que vos ensinará tudo, e há de recordar-vos tudo o que Eu vos disse” (Jo 14, 26). O Papa indicou-nos que o Espírito é, para nós, a Memória do Cristo, que significa dizer: sua recordação ou atualização. Ele é quem torna vivas as palavras dadas aos discípulos. Logo, ao conjunto da Igreja e em todos os tempos.
O Papa lembrou que, sendo nós, despertados e renovados no Espírito, podemos igualmente despertar nos jovens a profecia e a visão. Explicitou: “Na medida em que nós, adultos ou já idosos, formos capazes de sonhar e assim contagiar e partilhar os sonhos e as esperanças que trazemos no coração”.
Ao final, lembrou a Mensagem conclusiva do Vaticano II aos jovens da época. Desde então, a Igreja incentivara a chamada “missa dos jovens”, em geral com instrumentos e cânticos alegres, e realizara em todos os países e em várias circunstâncias encontros com a juventude. Pode-se, inclusive, dizer que elaborou um ensinamento apropriado e renovável para a realidade juvenil. Sem ufania, constata-se que Movimentos e Novas Comunidades e as Jornadas Mundiais e outras tantas iniciativas visibilizam o esforço dispendido e os frutos colhidos.
No Discurso inaugural, na Sala do Sínodo, à tarde do mesmo dia 3 de outubro, o Papa agradeceu, tanto aos jovens conectados e que se fizeram ouvir, quanto aos que estavam presentes. Avaliou que “o universo juvenil é tão variado que não pode estar aqui totalmente representado”. Tal variedade expressa a catolicidade da Igreja. É motivo de santa alegria.
A seguir, Papa Francisco refletiu sobre o Sínodo enquanto exercício de diálogo entre os participantes e exercício eclesial de discernimento. Expôs preciosos alinhamentos: “Sejamos sinal de uma Igreja à escuta e em caminho”; “Deixemos para trás preconceitos e estereótipos”; “é preciso superar decididamente o flagelo do clericalismo”.
Enfim, dirigindo-se à mocidade, afirmou: “É preciso curar o vírus da autossuficiência e das conclusões precipitadas de muitos jovens”. Advertiu que “idealizamos e ideologizamos os jovens”. Alertou para “os traços característicos da juventude de hoje” e que tenhamos como ponto de partida a realidade do seu mundo próprio. Mostrou a importância “de tomar consciência dos pontos de força da presença da Igreja no mundo juvenil, e das suas debilidades, a partir da escassa familiaridade com a cultura digital”. Assim, aponta uma tarefa.
Muito mais o Papa disse. Entretanto, estes breves acenos nos garantem a seriedade e a relevância das temáticas. Aguardemos, pois, com interesse as Conclusões. Quanto a nós, incentivemos a Pastoral da Juventude em nosso meio que, segundo o dizer do Papa, é: “Cuidar do tempo presente com os jovens”. Estando com eles, seu mundo fascinante virá a nós.