Há 36 anos a Igreja da Diocese de Iguatu, no sertão semiárido do Ceará, mantém aos segundos domingos de novembro a Caminhada pelas Almas do Açude de Patu. Com esta iniciativa, consegue não deixar cair no esquecimento as atrocidades que ocorreram na região, em 1932, durante uma forte seca. Para evitar que flagelados chegassem a Fortaleza, criando incômodos à sociedade, foram instalados no estado seis Campos de Concentração. Serviam, na definição do promotor de Justiça Geraldo Nunes Laprovitera Teixeira, como “barreiras sanitárias”. Neles, milhares de flagelados morreram de fome, subnutridos ou por doenças. Foram “jogados” em valas comunitárias, sem identificação ou qualquer outra preocupação. De todos os Campos de Concentração que existiram naquela época, apenas em Senador Pompeu – por conta da religiosidade da população e da iniciativa da Igreja – é que ainda é preservado. No local, ao lado o Açude de Patu, foi construído um cemitério simbólico, que anualmente é visitado por romeiros, na Caminhada pelas Almas. Esta iniciativa levou o promotor Teixeira a buscar na Justiça o tombamento da área pela prefeitura local.
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