A primeira tradição das narrativas pascais aponta para Jerusalém como seu lugar de origem. Acontece em torno do sepulcro. Ele está vazio. Diz-nos Marcos, referindo-se a Maria Madalena, Maria –mãe de Tiago- e Salomé: “elas foram ao túmulo ao nascer do sol” (16, 2). A visão de um jovem lhes diz: “Não está aqui. Vede o lugar onde o puseram” (v. 6). Diz-nos Mateus, referindo-se a Maria Madalena e a outra Maria (provavelmente, a mãe de Tiago): “vieram ver o sepulcro” (28,1). O anjo lhes diz: “Ele não está aqui, pois ressuscitou conforme havia dito. Vinde ver o lugar onde ele jazia” (v. 6). Lucas, referindo-se a Maria Madalena, Joana e Maria, mãe de Tiago e outras mulheres que estavam com elas, diz que elas ouviram de dois jovens: “Ele não está aqui; ressuscitou” (24,6). Logo, é inútil busca-lo onde não se encontra.
Lucas introduz Pedro na narrativa quando este ouviu a notícia das mulheres: “correu ao túmulo. Viu apenas lençóis” (24, 12). Quanto a João Evangelista, primeiramente refere-se a Maria Madalena que vai ao sepulcro, de madrugada, quando ainda estava escuro, e vê que a pedra fora retirada do sepulcro (20, 1). Ela é quem comunica a Pedro e ao discípulo amado: “Retiraram o Senhor do sepulcro e não sabemos onde o colocaram” (v. 2). Após correrem juntos, o discípulo que chegou primeiro cede o lugar a Pedro. Ambos constatam que está vazio. Os panos de linho estavam por terra. O sudário não estava com os panos, mas enrolado em um lugar, à parte (v. 6-7). Embora haja semelhanças, há muito mais diferenças e divergências. Entretanto, é unânime a preocupação pelo túmulo vazio.
A segunda tradição, a mais importante para a fé, tem seu centro na Galileia. São as aparições do Ressuscitado aos discípulos. Jesus é quem vai ao encontro do seus. A conclusão do evangelho canônico de Marcos diz que primeiro Jesus apareceu a Maria Madalena (Mc 16, 9). Mateus afirma que primeiro apareceu às mulheres (Mt 28, 9). Lucas descreve a aparição aos discípulos de Emaús que, voltando a Jerusalém recebem a notícia dos Onze e de seus companheiros: “É verdade! O Senhor ressuscitou e apareceu a Simão” (Lc 24, 34). Quanto a João Evangelista, ele narra a aparição a Maria Madalena e depois aos discípulos (Jo 20, 11- 29).
Cada narrativa de aparições, diferentes entre si, expressam aspectos da compreensão de Cristo, agora em sua glória, ou da compreensão da Igreja, unida a Ele pela morte e pela ressurreição. O Ressuscitado é o Crucificado cuja identidade são as chagas de seu sacrifício. Retorna ao Pai que lhe faz justiça, fazendo-o sentar-se à sua direita, participante do mesmo senhorio divino. Torna-se a Cabeça da Igreja, seu corpo. Do Pai derrama o Espírito Santificador.
Pelo Espírito e no Ressuscitado, nós batizados vivemos a vida nova da graça que nos faz herdeiros com Cristo da sua glória. Nele e no Espírito, tornamo-nos filhos e filhas de Deus Pai. Vencido o pecado que leva à morte, somos homens e mulheres novos, vocacionados e missionados para evangelizar, amar, servir. A terra ou a história é nosso campo de ação.
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FELIZ DOMINGO DA PÁSCOA NO SIMBOLISMO DO SEPULCRO VAZIO E NA ALEGRIA
DAS APARIÇÕES E NA VIDA NOVA DA GRAÇA E DA MISSÃO!!!
QUANTA ALEGRIA ENCHEU-SE O NOSSO CORAÇÃO, AO CHEGAR A NOITE DAS PRIMÍCIAS QUE ANTECIPAVA A DOMINGO DE PÁSCOA.QUE BELO,MARAVILHA!