O Papa Francisco contribui bastante para pastoral de juventude ao ter convocado o Sínodo e ao escrever a Exortação Apostólica Pós-Sinodal CHRISTUS VIVIT para os jovens e para todo o Povo de Deus.
No segundo capítulo, citando Santo Irineu, apresenta Jesus enquanto “jovem entre os jovens para ser exemplo dos jovens e consagrá-los ao Senhor”. Eis a razão por que o Sínodo afirmou que “a juventude é uma etapa original e estimulante da vida, que o próprio Jesus viveu, santificando-a”. A temática serve de horizonte para descobrir Jesus jovem, um adolescente e um adulto jovem (n. 22) que disse e fez uma obra admirável e permanente.
Enquanto jovem, Jesus preparou-se para sua missão. Daí se segue que para Ele “toda a sua juventude foi uma preciosa preparação, em cada um de seus momentos. “Tudo na vida de Jesus é sinal de seu Mistério” e “Toda a vida de Cristo é mistério de redenção” (n. 23). Com efeito, sua adolescência e juventude o orientaram à missão suprema (n. 27).
Fica claro que também os “aspectos da vida de Jesus podem se tornar inspiradores para todo jovem que cresce e se prepara para realizar sua missão”. Deduz-se que nada da existência de Jesus pode ser ignorado na pastoral juvenil para que não se crie “projetos que afastem os jovens da família e do mundo, ou os convertam em uma minoria seleta e preservada de todo contágio” (n. 30). Assim sendo, a pastoral há de favorecer a preparação missionária do jovem a fim de que abrace, responsavelmente, a Igreja e o mundo com suas promessas e desafios.
Em certo ponto, até com tom poético, o Papa afirma que “O Senhor nos chama a acender estrelas na noite de outros jovens, nos convida a olhar os verdadeiros astros, esses sinais tão variados que Ele nos dá para que não fiquemos parados, mas imitemos o semeador que olhava as estrelas para poder arar o campo” (n. 33).
A propósito, convivemos na Igreja Particular de Iguatu com um jovem de 19 anos, comprometido com o Encontro de Jovens com Cristo (EJC). Trata-se de CLAUDIZINHO DI PAULA (6/9/1999-9/5/2019), filho caçula de Claudízio de Paula e Isabel de Alencar. Merece a homenagem de seu bispo e o reconhecimento do EJC, pois, acendia luzes por onde passava, quando tocava e cantava e rezava.
Conhecido pelo seu talento artístico de multi-instrumentista, Claudizinho tornou-se uma luz para nossa mocidade iguatuense pelos aspectos exemplares de sua vida. Íntegro, caridoso e religioso, seu pai testemunhou tê-lo visto, várias vezes, à noite, rezando de joelhos em seu quarto. Por isso, estimula o Encontro de Jovens com Cristo e a Pastoral de Juventude, sobretudo, aquela rapaziada que participa das liturgias na Catedral de São José, em geral animadas por cantores juvenis. Claudizinho vai adiante…
O Papa constatou: “O bálsamo de santidade gerado pela vida boa de tantos jovens pode curar feridas da Igreja e do mundo, devolvendo-nos aquela plenitude do amor para o qual sempre fomos chamados: os jovens santos nos animam a voltar a nosso amor primeiro” (n. 50).
Acolhamos, enfim, o desejo do Papa aos rapazes e moças ao final da Exortação: “E quando chegarem onde nós ainda não chegamos, tenham paciência de esperar por nós” (n. 299). De fato, eles nos adiantam, muitas vezes. Antes, porém, nos surpreendem e nos edificam. Haja vista o número de santos jovens canonizados que se comprometeram com Jesus e sua Igreja e colaboraram com a graça santificante para humanizar o mundo. Souberam unir vida e culto, fé e caridade. Certamente, nos adiantaram…