Por ocasião da grande seca, o Profeta Elias disse a Acab: “não haverá orvalho nem chuva nestes anos” (1Rs 17, 1). Em sintonia, o homem de Deus ouviu a palavra: “Vai-te daqui, retira-te para o oriente e esconde-te na torrente de Carit, que está a leste do Jordão. Beberás da torrente e ordenei aos corvos que te deem alimento” (v. 2-4). Muitos anos depois, a partir de 384 da era cristã, São Jerônimo, vivendo entre os monges no Oriente, escreveu: “nosso modelo é Elias, Eliseu, aqueles nossos guias filhos dos profetas”. Inseriu-se, pois, nesta paternidade espiritual.
O mesmo se diga dos carmelitas que se inseriram no mesmo parentesco espiritual de Elias. Os primeiros se instalaram no Monte do Carmo. Introduziram a devoção à Virgem Maria cuja influência deu nome à Ordem. Construíram ali pequena igreja com o título de Nossa Senhora do Carmo que passou a iluminar a sua existência.
Transladando-se para a Europa, devido à perseguição dos muçulmanos, difundiram-se rapidamente. Optaram pela vida apostólica ou mista, própria dos frades conventuais, aceitando o trabalho nas missões. Desde o século 13, ao emitir a profissão religiosa, passam a prometer obediência a Deus e a Bem-aventurada Virgem Maria do Monte do Carmo.
A festa, a ser celebrada em 16 de julho, coincide com o dia que, segundo a tradição carmelita, Nossa Senhora teria entregue o escapulário a São Simão Stock (1251), em uma visão. A devoção ao escapulário e a presença missionária da Ordem, em várias nações, ajudaram a difundir tanto a veneração a Nossa Senhora do Carmo quanto o uso do escapulário. Deixou de ser uma solenidade restrita à Ordem e foi aceita como festa no calendário da Igreja toda.
Muito importante para a renovação da vida cristã, também laical, foi a reforma empreendida, no século 15, por São João da Cruz e Santa Tereza de Ávila. Pretenderam retornar ao espírito primitivo, mais contemplativo ou monástico, tendo Jesus e Maria como modelos de união com Deus. Santos modernos, tais como Santa Teresa do Menino Jesus e Santa Teresa Benedita da Cruz (Edith Stein), e várias Congregações e Institutos Seculares e de Vida Apostólica foram motivados pela espiritualidade carmelitana reformada a qual integram aspectos próprios de inserção, sobretudo, na área da educação. Digno de nota é que a vidente de Fátima, Ir. Lúcia, viveu no Carmelo de estrita observância a maior parte de sua vida de consagrada.
Neste ano da pandemia de Covid 19, embora limitadas por transmissões virtuais, a Cidade e a Paróquia de Jucás se alegram por sua Padroeira. Também os Frades carmelitas, missionários em Icó, igualmente as Filhas de Santa Tereza de Jesus, em Icó e em Iguatu, e as Irmãs Carmelitas Missionárias de Santa Teresa do Menino Jesus, em Iguatu. A todos (as) saudamos com gratidão, pelo trabalho realizado em prol da implantação do Reino em nossa Diocese de Iguatu.
Maria nos estimula a vivermos o equilíbrio da existência cristã, na contemplação dos mistérios de Cristo e na ação evangelizadora e sócio- caritativa. Ajuda-nos a celebrar a fé com alegria. Leva-nos a subir “o monte que é Cristo”, conforme a oração do dia da festa. De acordo com a imagem paulina, conhecemos a altura de Cristo tanto quanto a profundidade do seu mistério.
A festa de Nossa Senhora do Carmo é a elevação do nosso olhar a Maria para melhor descermos à realidade sofrida que nos choca. Diante de tantas mazelas e dores, sobretudo, causadas pela doença e a morte dos infectados pela corona vírus, olhamos para ela: Mamãe do Carmo, estrela guia dos filhos e filhas que choram de aflição, vinde iluminar a nossa estrada!
Iguatu já ultrapassa 1000 contaminados de Covid 19, sem contar os municípios de todo o território diocesano A tendência é de elevação. O próximo pode ser você. Por isso, em nome de Senhora Santana, nossa Protetora: FIQUE EM CASA. SE PRECISAR SAIR, USE MÁSCARA PROTETORA. AO VOLTAR, LAVE AS MÃOS COM ÁGUA E SABÃO. PURIFIQUE AS MÃOS COM ÁLCOOL GEL. CUIDE-SE PARA NÃO CONTAMINAR NINGUÉM.