A IGREJA E OS JOVENS

Nosso querido Papa Francisco abriu o Sínodo dos Bispos, no dia 3 de outubro último, cujo tema é: OS JOVENS, A FÉ E O DISCERNIMENTO VOCACIONAL. No início da homilia, dirigiu-se ao Espírito Santo para que concedesse aos Padres sinodais a graça de serem ungidos com o dom dos sonhos e da esperança.

Olhemos na direção do Sínodo dos jovens! Terá diante de si o painel variado da realidade juvenil, rica de possibilidades e de expectativas e repleta de dificuldades e indagações. Para a Igreja, é tempo promissor de confiança na sua capacidade de transformação, própria do Espírito Santo que renova a face da terra.

Sentir com a Igreja, nesses dias, é trazer para nossas Comunidades a temática da juventude enquanto promessa e realização. É também olharmos para os jovens do Brasil, rapazes e moças de muitos matizes, na diversidade de seu modo de ser e de existir, na cidade e no campo, no litoral e no interior do nosso imenso País. É rico de promessas o relacionamento com os jovens, integrados à Igreja, na vivência batismal e crismal, para assumirem as específicas vocações.

Juventudes Católicas são favorecidas pela evangelização e a catequese. Favorecem o apostolado junto aos demais jovens, colegas e companheiros. Eles trazem elementos próprios para a Liturgia, especialmente no modo alegre de cantar e de rezar, para seus encontros de reflexão da fé e de congraçamento no amor. Podem ser educados ao diálogo com as diferenças e com o contraditório e estimulados à missão junto às periferias sociais e existenciais.

Desde o Concílio Vaticano II que, ao terminar lançou uma Mensagem aos jovens da época, existe um rico magistério pontifício sobre a Pastoral dos jovens. Os últimos Papas sempre lhes falaram. Também há o Magistério dos Bispos pelas Conferências. Haja vista o CELAM: as Conclusões de Medellin reconheceram ser a juventude “grande força nova de pressão” e “novo organismo social com valores próprios”; em Puebla, foram feitas duas opções preferenciais: pobres e jovens; em Santo Domingo, houve o incentivo à Pastoral Orgânica da Juventude; em Aparecida, adolescentes e jovens são vistos como potencial para o presente e o futuro da Igreja e do continente latino-americano. Foram estimuladas boas experiências inclusive com os jovens. Significa que sua problemática, emergência e protagonismo foram reconhecidos.

 A CNBB possui um rico e variado magistério sobre a Pastoral da Juventude contido em vários Documentos. Por outro lado, as Dioceses, Paróquias, Colégios, Universidades, Associações têm uma prática constante de encontros, retiros, atendimentos às necessidades e interesses juvenis. Tais experiências com jovens são de longa data com vários desdobramentos e avanços.

Embora mais velhos, nós somos fruto da solicitude eclesial quando éramos jovens. Na ocasião, membros da Igreja nos acolheram. Agora, eles fazem parte de nossa biografia. Ofereceram-nos a possibilidade do conhecimento de Cristo e dos motivos da renovação conciliar. Algo semelhante acontece agora com tantas boas iniciativas que se abrem aos rapazes e moças.

  É possível renovar as linguagens, as estratégias, as abordagens de aproximação para um verdadeiro encontro com o mundo-jovem. Assim sendo, a Pastoral da Juventude exige, por si mesma, constante revisão, adaptação, inovação, ousadia. Como disse o Papa no plural:  sonhos.    Incluamos a esperança da integração das linguagens: virtual, teatral, lúdica.

 Bento XVI repetia que a Igreja é jovem. Não se referia somente às Jornadas Mundiais da Juventude, promovidas por São João Paulo II, ou aos vários Encontros com Jovens, mas também à jovialidade eclesial, própria do Evangelho que renova e atualiza a Igreja e por ela o mundo. Cristo Jesus é sempre atual. Sua palavra não passa e a presença eucarística é um dado da fé. Feliz de quem o encontra, escuta, segue, adora! O melhor que a Igreja oferece ao adolescente e ao jovem é, indiscutivelmente, o encontro com Jesus, vivo entre nós.

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