A mãe mais querida é a Mãe de Jesus. Muito amada do Filho de Deus.
Ninguém a amou mais que seu divino Filho, que nela e por ela tomou um corpo semelhante ao nosso. Para ela, dirigiu-lhe as primeiras expressões filiais: palavras de afeto e gestos de carinho, mamãe.
Maria, amada do Pai que a escolheu, antes de toda a criação, e a quis desde sempre no seu desígnio. Preparou-a em sua imaculada conceição, ornando-a com sua graça, para ser o templo do Espírito e a digna morada do Filho.
Maria, amada do Espírito Santo que a assumiu com laços esponsais, tornando-a santa e bela, ornando-a de virtudes, de dons e carismas, multiplicando seus frutos e premiando seus méritos.
Maria, a mãe mais querida de todos cujo Filho é o “primogênito entre muitos irmãos” (Rm 8, 29). Ela é honrada por tantas gerações, desde a primeira mulher anônima: “Feliz o ventre que te trouxe e os peitos que te amamentaram! ” (Lc 11,27).
João, o discípulo amado, levou-a para sua casa, recebendo- a e amando-a como filho (Jo 19,27). Sem cessar, os seguidores do Mestre, levam-na consigo. Estreitam laços de ternura de vivo amor e firme esperança, invocando-a como estrela e guia segura no mar revolto da vida.
Ela é a mãe mais querida dos irmãos, na família de Deus, que nesta reconhecem dois princípios: o mariano e o petrino. O primeiro expressa a dimensão carismática da liberdade no Espírito. O segundo a dimensão institucional da autoridade em Cristo. Ambos princípios constitutivos da Igreja católica e apostólica, conforme o teólogo, Von Balthasar.
O filme, Pedro, possui a cena expressiva da dinâmica dos dois princípios interagindo. Em meio às dificuldades da Igreja nascente com os judaizantes, o apóstolo hesitante vai se aconselhar com a mãe de Jesus. Encontra-a amassando o pão. Ela o ouve e pouco lhe diz. Porém, serenamente convida-o a fazer o mesmo com ela. Ambos põem as mãos na massa. É o pão a quatro mãos com a Auxiliadora.
De fato, a solicitude materna de Maria, invocada como consoladora dos aflitos, auxílio dos cristãos e o refúgio dos pecadores serve para os momentos pessoais e eclesiais de dificuldades. Os filhos clamam por socorro à mãe. A história e a espiritualidade o confirmam.
A propósito, o teólogo, Schillebeeckx, escreveu: “ O olhar angustiado que o pecador volta para Maria o livra do mal. Ela é a advocata nostra, nossa advogada, aquela a quem chamamos nos momentos de angústia. Ela é nossa vida, nossa doçura e nossa esperança! ” Por isso, imploramos com frequência à Mãe de misericórdia: “rogai por nós, pecadores”.
Cada filho ou filha possui a mais querida das mães. A própria, única e insubstituível. Assim dizem as crianças: a minha é a melhor mãe do mundo. Incomparável. Quando o assunto é mãe, tudo é excessivo. Compreende-se, pois, a avaliação de Cazuza: “só as mães são felizes”. Quem afirmaria o contrário? Entretanto, existem as infelizes. Por quem se tornam?
Há mães que sofrem intensamente, a começar de Maria junto à cruz. Muitas choram seus filhos e filhas desaparecidos. Outras os perdem devido às drogas, à guerra, a qualquer violência banal e odiosa. Mães exigem justiça. Mães resistentes. Mães desistentes. Todas se encontram ou são vistas no dizer do profeta: “Raquel chora seus filhos e não quer consolação, porque eles já não existem” (Jr 31,15). O drama materno merece respeito e mais que um minuto de silêncio. Requer solidariedade.
As mães embelezam e alegram o mundo. Cuidam da vida. Em seu dia, filhos e filhas as homenageiam, até com flores. Com as mães e por elas, elevam ao Senhor louvores e preces.