Joaquim e Ana são festejados como sendo os pais de Maria e os avós de Jesus. Deus quis que seu Filho nascesse de uma família humana e sua ascendência participasse da bênção dada a Abraão. Por isso, a leitura escolhida para o dia 26 de julho diz: “Vamos fazer o elogio dos homens famosos, nossos antepassados através das gerações” (Eclo 44, 1).
Quanto à festa de Sant’Ana teve início no Oriente, em 550, com a dedicação da basílica, em Constantinopla, para honrá-la. No Ocidente, a veneração é bem tardia, a partir do século XIII, pela influência do retorno dos cruzados. Porém, somente em 1584, entrou no missal romano como obrigatória. No entanto, cresceu e se tornou importante na devoção popular católica.
Antes da reforma litúrgica empreendida após o Concílio Vaticano II, Ana e Joaquim eram celebrados separadamente, exceto em algumas famílias religiosas. Em 1969, a festa de São Joaquim, celebrada em 16 de agosto, foi transferida para o dia 26 de julho junto com a de sua esposa. Temos, assim, a memória do casal, unido na fé, no amor e na missão. Agora, também na liturgia.
Nada se sabe sobre a vida de ambos. Tudo que é dito se encontra no protoevangelho de Tiago que é um livro apócrifo do século II. Não tem fundamento histórico. No entanto, tem o valor próprio de qualquer relato piedoso da época, espécie de novela, escrito para edificar os cristãos dos primeiros séculos. A narrativa é baseada em passagens conhecidas do Antigo Testamento.
Hoje a festa chama nossa atenção para a importância dos antepassados e de sua descendência conforme a literatura bíblica sapiencial. O Eclesiástico se refere aos “homens famosos”, isto é, aos justos segundo a Lei por praticá-la. Daí a referência de serem “homens de misericórdia cujos gestos de bondade não serão esquecidos” (Eclo 44, 10) e “seus corpos serão sepultados na paz” (v. 14). Além disso, “eles permanecem com seus descendentes; seus próprios netos são a sua melhor herança” (v. 11); “ sua descendência se mantem fiel às alianças e, graças a eles, também seus filhos” (v. 12-13).
Como se percebe, o texto acima citado aplica-se tanto a Joaquim e Ana quanto à Maria e Jesus, enquanto respectivamente filha e neto. Conclui-se que “os povos proclamarão a sua sabedoria, e a assembleia vai celebrar o seu louvor” (v. 15). É o que nós fazemos.
Atualizando o sentido da festa para a vida familiar, espera-se que o exemplo, a fé e o amor transmitidos aos filhos sejam repassados aos netos e sucessivamente. Cabem às novas gerações sempre acolher o legado das gerações anteriores e cultivar os valores recebidos para que a boa tradição seja viva e revitalizada. Os velhos acolham os jovens, apesar de certo estranhamento, superando o choque de gerações. Os jovens, por sua vez, acolham os idosos, sem impaciência, valorizando sua experiência de vida.
A festa de Joaquim e Ana é o dia dos avós e, por extensão, da pessoa idosa. Muitos velhos experimentam amor e acolhida, respeito e gratidão. Outros, a ingratidão, maus tratos e abandono. Seja como for, os tempos modernos ensejaram a Pastoral da Pessoa Idosa. Ela existe em Iguatu. Cresça e se aperfeiçoe para o bem-estar dos idosos. Sejam visitados e tenham acesso à Comunhão Eucarística domiciliar e à Unção dos Enfermos.