O Dia do Trabalhador é festivo. Celebra as conquistas sociais de homens e de mulheres que vivem do seu trabalho para enaltece-las, salvaguarda-las e promove-las.
Em muitos lugares, há festa. Atletas competem em jogos amistosos e artistas encenam ou cantam para divertir a população.
O Dia do Trabalhador é reivindicativo. Presta-se a manifestações sobre o direito ao trabalho e à justa remuneração. Sobretudo, na atual realidade brasileira da crise ética, política e financeira, a gerar o retorno da inflação e o aumento do desemprego. Ambos penalizam os mais pobres e emergentes, diminuindo as recentes melhorias das condições de vida, no campo e na cidade. Geram desconfiança e insegurança quanto à estabilidade no emprego.
A Igreja se alia às manifestações do dia com programação específica. Traz para o ofertório eucarístico do Cristo Trabalhador, as lutas e as conquistas, os sofrimentos e as alegrias dos que vivem de suas atividades. Recorda de São José Operário que ensinou Jesus a trabalhar. Propõe-no como modelo, estímulo e protetor. Relembra os princípios de sua Doutrina Social sobre a justiça no mundo do trabalho, as relações de direitos e de deveres entre patrões e empregados, o respeito à dignidade da pessoa e a promoção do bem comum.
Os católicos estão na sociedade pluralista e democrática que ajudam a construir com seu empenho e dedicação. São profissionais em diversos campos da atividade humana. Labutam pelo sustento da própria vida e de suas famílias e a de seus companheiros e companheiras de jornada. Procuram conjugar fé e vida e cultivar os valores éticos inerentes à profissão exercida. São cidadãos convocados a serem responsáveis e solidários em prol da sociedade. Participam. Colaboram. Constroem.
Os católicos são estimulados a algo mais: a honrarem o valor divino do trabalho. Equivale a dizer: o valor divino do humano. Realizam o projeto da criação: “O Senhor Deus tomou o homem e o colocou no jardim do Éden para cultivar e o guardar” (Gn 2, 15), isto é: criou o homem para trabalhar com sustentabilidade. Por isso, empreender o trabalho e cuidar do meio ambiente ajudam a dar sentido à existência humana e podem ser motivo de realização pessoal e social.
Entende-se por que o Filho de Deus trabalhou na carpintaria de José. Durante trinta anos desempenhou um ofício, semelhante àquele que desenvolvem milhões de homens. Assim, converteu em tarefa divina qualquer trabalho honesto. Assim sendo, desde Nazaré, oferece-nos o algo mais: “santificar o trabalho, santificar-se no trabalho e santificar os outros com o trabalho”. O algo mais inclui a visão festiva e reivindicativa das comemorações. Porém, vai além.
Saúdo com afeto a todos os homens e mulheres que trabalham, nas cidades e nos campos –distritos e sítios- de nossa Diocese. Deus os abençoe e os guarde em suas atividades. Saúdo, igualmente, os desempregados à procura: coragem!