Dia do Catequista


Preparemo-nos para celebrar, no domingo 27 agosto, o Dia Nacional do Catequista.

Não se pode limitar à simples menção especial na Oração dos Fieis ou a algumas palmas. A criatividade pastoral será capaz de organizar uma semana catequética ou ao menos um domingo com programação específica.

Parece-nos oportuno e até necessário aproveitar da circunstância para retomarmos a Exortação Apostólica “Catechesi Tradendae” de João Paulo II. Oferece linhas de abordagem interessantes. É verdadeiro Compêndio de intenção catequética. Escrita em 1979, mantém a atualidade em 2017.

Afirma que temos um único Mestre Jesus Cristo. Apresenta a centralidade do ensinamento da catequese: “Toda a vida de Cristo foi um contínuo ensinar: seus silêncios, seus milagres, seus gestos, sua oração, seu amor pelo homem, sua predileção pelos pequeninos e pelos pobres, a aceitação do sacrifício total na cruz pela redenção do mundo e sua ressurreição são o atuar-se de sua palavra e o realizar-se de sua revelação” (n. 9).

Constata que a catequese é uma experiência tão antiga quanto a Igreja. Acompanha a vida eclesial e a alimenta desde sempre. É tarefa prioritária. É renovada continuamente. Incentiva, vigorosamente, que “a Igreja nos dias de hoje saiba dar mostras –como aliás soube fazer noutros momentos da sua história- de sabedoria, de coragem e de fidelidade evangélicas no procurar e no pôr em prática vias e perspectivas novas para o ensino catequético” (n. 17).

Perspectiva a catequese na atividade pastoral e missionária da Igreja. É uma fase da evangelização, desde o primeiro anúncio até seu aprofundamento na vida dos cristãos, sacramental e testemunhal. Por isso, “a catequese é tão necessária para a maturação da fé dos cristãos, quanto para o testemunho desta no mundo” (n. 25).

A catequese colhe toda a boa nova na fonte. Ela retira “seu conteúdo na fonte viva da Palavra de Deus, transmitida na Tradição e na Escritura…que constituem um só depósito inviolável da Palavra de Deus, confiado à Igreja” (n. 27). Na prática, a catequese precisa voltar sempre às suas próprias fontes.

Todos precisam ser catequizados -crianças, jovens, adultos. Daí a necessidade da catequese diferenciada, aquela que contemple quem tem necessidades especiais, e seja permanente. De sorte que “Ninguém na Igreja de Jesus Cristo deveria sentir-se dispensado de receber a catequese” (n. 45).

A Exortação visualiza caminhos e meios para a catequese. Cita os modernos meios de comunicação social, lugares e momentos de reunião, homilia, livros catequéticos e catecismos. Indaga, esperançosamente: “Como se poderia duvidar que a Igreja tem possibilidades de encontrar pessoas e meios para corresponder às exigências da comunicação com os homens do nosso tempo? ” (n. 50).

Indica como fazer catequese. Aponta para diversos métodos. Insiste na enculturação da mensagem. Reafirma a contribuição das devoções populares. Recorda a validade da memorização. Avalia que “A pluralidade de métodos pode ser sinal de vitalidade e de talento inventivo” (n. 55).

Demonstra a alegria da fé num mundo difícil. A catequese afirma a identidade cristã, com pedagogia original da fé, com a linguagem adaptada ao serviço do Credo, com a investigação da razão e a certeza da fé, ligada à teologia. Estimula que “O dom mais precioso que a Igreja poderá oferecer ao mundo contemporâneo, desorientado e inquieto, é o de nele formar cristãos bem firmes no essencial e humildemente felizes na fé” (n. 61).

Enfim, o ensino catequético compromete bispos, sacerdotes, religiosos e religiosas, catequistas leigos, paróquia, família, escola, associações e movimentos, institutos de formação. Responsabiliza.

No Dia Nacional do Catequista, estimulamos os catequistas leigos (as) à leitura e ao estudo da Exortação sobre a Catequese Transmitida. Agradecemos pelo inestimável serviço prestado à Igreja.

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