Por ocasião do dia do catequista, saudamos aqueles que exercem em nossas paróquias e comunidades tão valioso serviço à Palavra e à missão evangelizadora. São homens e, sobretudo, mulheres que oferecem parte de seu tempo para fazer ecoar a mensagem do Senhor na vida de crianças, jovens e adultos. São mediadores.
A catequese se assemelha ao eco cujo som ressoa a Palavra de Deus. O catequista é quem faz com que o eco se expresse de modo pedagógico visando à adesão. No entanto, é Deus pela ação do seu Espírito quem age, tanto no catequista quanto no catequizando, com a graça da transmissão e a da acolhida, respectivamente. Por isso, a catequese só acontece no clima do silêncio orante. Muito requer do catequista o hábito da oração que também introduz seu catequizando no diálogo com Deus.
O catolicismo brasileiro é fruto da catequese muito mais do que da enculturação. Com luzes e sombras que a história registra, tal catequese existe entre nós desde a chegada da Cruz do Senhor, há quinhentos anos, pelos portugueses. Muito devemos ao sacrifício e à generosidade dos religiosos, principalmente, jesuítas e franciscanos, dos primórdios. Trata-se da relação missão-catequese quanto aos índios e colonos. A herança do nosso substrato católico tem suas raízes neste início da colonização e se sedimenta no período imperial.
Com a proclamação da república, quando há a separação entre Igreja e Estado, a educação católica se tornou um desafio de enorme proporção. A pouca liderança católica na nova sociedade demandava um vigoroso empenho na catequese infantil e juvenil. Bispos, religiosos (as) e padres diocesanos se esforçaram por introduzir a catequese na escola pública. A criação de novas paróquias (e de dioceses), de colégios católicos favorecia tanto a catequese quanto as aulas de religião, promovendo a tão necessária educação católica. Novas Associações foram criadas ao lado de Confrarias e Irmandades a favorecer a participação mais atuante do laicato.
No período que antecedeu o Vaticano II e com a posterior valorização do laicato pelo Concilio, o fiel é incentivado ao protagonismo na evangelização e na catequese. A consciência de pertença ao Povo de Deus, Corpo de Cristo e Templo do Espírito, possibilitou-lhe viver melhor o seguimento de Jesus no mundo e na Igreja. Redescobre a tríplice dimensão batismal e crismal: régia e sacerdotal e profética.
Quanto à catequese, a nova pedagogia, ligada à participação, ao encontro e ao diálogo e pouco mnemônica, tornou-a mais agradável. Por outro lado, exigem catequistas mais preparados e textos modernizados junto a outros recursos visuais e musicais e até virtuais. São João Paulo II inovou. Escreveu uma Encíclica sobre a Catequese Renovada incentivando novas metodologias para um novo tempo.
As Novas Diretrizes Gerais da CNBB (Doc. 109), nos encaminhamentos práticos, dizem: é preciso “Assumir o caminho de iniciação à vida cristã, de inspiração catecumenal, com a necessária reformulação da estrutura paroquial, catequética e litúrgica, com especial atenção à catequese para a recepção e vivência dos sacramentos com crianças, jovens e adultos (sacramentos de iniciação cristã e demais) ”. (n. 150)
Não se improvisam tais catequistas. Não se improvisa a reformulação da catequese.