EPIFANIA DO BATISMO

A festa do Batismo do Senhor nos introduz na sua vida pública, manifesta sua divindade e o rumo da sua missão. O batismo é, assim, a epifania a radiar luzes sobre Jesus, o que irá acontecer em todo seu agir, pelo anúncio do Reino de Deus, até a morte e ressurreição.

Coube a João dar as devidas explicações: “Eu vos batizo com água, mas virá aquele que é mais forte do que eu. Ele vos batizará no Espírito Santo e no fogo” (Lc 3, 16). Jesus é caracterizado pelo poder ou a força do Espírito que o acompanha em todo seu agir. De claridade em claridade, o Espírito se manifesta na obra do Mestre. Tudo o que disse e fez aconteceu no Espírito: “está sobre mim, porque me ungiu”… (Lc 4, 18). Trata-se da relação íntima entre Jesus e o Espírito.

O Batismo do Senhor ocorre em clima de oração durante a qual “o céu se abriu”. Tal abertura corresponde à revelação de Deus-Trindade de amor. Acontece a Epifania do Mistério: “O Espírito desce sobre Jesus em forma visível, como pomba. E do céu veio uma voz: Tu és meu Filho amado, em ti ponho o meu bem-querer” (v. 22).  A descida do Espírito possibilita a conhecer o amor terno do Pai para com o Filho.

Antes de partir, Jesus recorda: “Eis que vos enviarei o que meu Pai prometeu” (Lc 24,49). Cumpre-se em Pentecostes a promessa feita. O Espírito desce como em forma de línguas de fogo sobre a Igreja reunida: Maria, os apóstolos. O fruto da descida são as primeiras conversões, mediante o anúncio da Palavra: “Arrependei-vos, e cada um de vós seja batizado em nome de Jesus Cristo para a remissão dos pecados. Então recebereis o Espírito Santo” (At 2, 38).

Na festa do Batismo de Jesus, somos convidados a renovar nossas promessas batismais e a graça recebida. No Filho pelo Espírito, o Pai nos proporcionou a santificação e filiação. Nunca é demais reconhecer: somos santos e eleitos porque filhos (as) de Deus, em Cristo e no Espírito.

O Espírito Santo habita em nós (Rm 8, 9). Faz-nos ser Igreja, unidos em Cristo e entre nós, pois “Em um só Espírito fomos batizados para formarmos um só corpo “ (1Cor 12, 13). Portanto, aproveitemos a oportunidade da festa do Batismo do Senhor para assumir nossa pertença eclesial, alimentar a vida nova da graça e nosso discipulado de Cristo.

Quanto à Pastoral do Batismo, seja inserida na catequese de orientação catecumenal dentro do possível. Progressivamente adaptada para evitar traumas, próprias de tensão entre o novo e as tradições e costumes, observa-se que, onde e quando a catequese catecumenal é bem introduzida e estimulada, os frutos de vida cristã são mais abundantes. 

Os que trabalham em todas as pastorais, saibam que, no fundo, cooperam para que os demais irmãos católicos descubram a beleza do próprio batismo e vivam a grande missão que dele decorre.

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