A Igreja, na Solenidade de Todos os Santos, está em festa. Alegra-se porque muitos dos seus filhos e filhas participam das alegrias prometidas por Jesus aos seus discípulos e seguidores.
Sente-se, pois, estimulada a perseverar no itinerário da perfeição proposto pelo Mestre. Possibilita, desde este mundo, a experimentar as bem-aventuranças do Sermão da Montanha cuja conclusão é o regozijo futuro: “será grande a vossa recompensa nos céus” (Mt 5,12).
Veneramos a “multidão incontável” (Ap 7,9) de homens e de mulheres os quais, em colaboração com a graça divina, souberam ser fiéis a Cristo Jesus enquanto participaram neste mundo da Igreja militante. Na eternidade feliz, gozam da visão beatífica como filhos e filhas adotivos do Pai, pelo Espírito, e herdeiros da glória do Filho.
São apresentados como nossos modelos no seguimento de Jesus, por meio da prática das virtudes teologais e evangélicas. Exercem benéfica influência. Sobretudo, aqueles que escolhemos como padroeiros (as) de nossas Comunidades e os festejamos como santos protetores. São nossos cooperadores. O catolicismo na Diocese de Iguatu mantém ótimo relacionamento com eles.
São intercessores, irmãos e amigos, aos quais recorremos em nossas necessidades, unidos que somos na mesma comunhão do único Corpo Místico de Cristo. Como membros deste Corpo, oram conosco e pedem por nós ao Senhor Jesus, único Mediador junto ao Pai, quando a eles nos dirigimos.
O Espírito Santificador, enviado pelo Pai em nome de Jesus, mediante a ação de sua graça, é quem produz a santidade na vida dos fiéis, desde o batismo para a eternidade, reservando-os para si. A graça santificante se torna graça habitual naqueles que a cultivam por uma vida afastada das trevas do pecado e iluminada por Cristo, em conformidade com a vontade divina. Da luz da fé à luz da glória.
Nós professamos: Creio na Igreja santa. Tal santidade se expressa de modo mais evidente na vida dos santos e das santas, canonizados, isto é, reconhecidos, após longo processo de verificação e confirmados pelos milagres e a autoridade da Igreja. No entanto, o testemunho de santidade se manifesta igualmente nos santos anônimos de todos os tempos, ou, como nos lembrara Bento XVI, nos santos “normais”, cujas vidas não aparentam nada de prodigioso ou de espetacular. Dizia que a Igreja precisa muito destes santos “normais”. Eles favorecem a continuidade da obra de Cristo no tempo, pois vivem como sendo “sal da terra” e “luz do mundo”, impregnando os ambientes e os relacionamentos pelo evangelho vivido. Constatam-se em nossas Comunidades muitas pessoas santas.
Crer na Igreja santa significa também reconhecer que os muitos pecados de seus membros não têm a força de anular a influência positiva da santidade do Cristo, que purifica e santifica seu Corpo Místico pela ação da graça vitoriosa do Espírito, mediante os sacramentos e o testemunho da vida virtuosa. Isto é evidente nos santos e santas penitentes porque libertados de suas quedas e culpas se converteram ao Senhor. Souberam mudar o rumo de sua existência. Em cada um, conforme a própria experiência pessoal da vida, Deus será sempre digno de admiração.
Nos doutores e confessores da fé, nos casados, nas virgens e viúvas e, especialmente nos mártires, mortos por não renegarem a verdade da fé ou da moral cristã, nós reconhecemos a santidade heroica de muitos membros da Igreja. Por eles, nós somos estimulados a permanecer fiéis no difícil combate da fé, perseverantes no amor, animados pela esperança.
Em todos e em cada um, tão diferentes entre si, Deus é louvado. É ele o autor de toda a santidade em suas várias expressões, pois não existe um santo igual ao outro. Chamados a ser santos e santas, na fidelidade a Cristo na normalidade de nossa vida, nós somos estimulados por tantas testemunhas a traduzir o Evangelho em nossa existência.
Sirva a Solenidade de Todos os Santos a confirmar-nos no devido apreço de termos Jesus Cristo, o Salvador, como nosso mestre no itinerário de nossa existência terrena até a morte para a eternidade. Nossa Senhora, Rainha de Todos os Santos, seja nossa auxiliadora até a eternidade!