MULHER IGREJA: PRESENÇA E ATUAÇÃO DE COMUNIDADES RELIGIOSAS NA DIOCESE DE IGUATU (1ª PARTE: 1970-1993)
‘”Eu te vejo tão jovem, tão cheia de vida / tão mulher como as outras mulheres da terra / Mas em ti qualquer coisa desperta atenção / Deste a Deus o teu coração”. Assim começa a letra da canção “Mulher Igreja”, com que, em outubro de 1980, ao lançar, pelas Edições Paulinas, o álbum “Quietude”, quis o conhecido padre Zezinho, SCJ, homenagear as mulheres que se tornaram “Igreja”, pelo ato de consagração, que fizeram, à causa do Reino.
No amplo território da Diocese de Iguatu, a presença dessas “mulheres consagradas à causa do Reino” constitui uma parte altamente significativa de nossa “caminhada eclesial”, e que, por isso mesmo, jamais, deve passar despercebida; pelo contrário, deve ser documentada, divulgada e, por conseguinte, conhecida.
DÉCADAS DE 1960 E 1970: O LIMIAR
Quando, em 28.01.1961, a Diocese surgiu, encontrou (já bem atuante, mas, apenas com ações voltadas para a Educação escolar) a Congregação das Filhas de Santa Tereza, que possuía “casas” de formação em Iguatu e em Senador Pompeu.
Porém é a contar da década de 1970 que, de fato, começa a configurar-se uma “presença mais forte, mais atuante e, pastoralmente falando, mais organizada”, dos trabalhos feitos pelas “irmãs”, na Igreja Particular de Iguatu. Presença essa que, cada vez mais, vai ganhando “contornos” de “natureza essencialmente” missionária”.
Naqueles tempos (fase de transição entre as décadas de 60/70), a Diocese enfrentava a carência de ministros ordenados: pouquíssimos padres, para fazer face à evangelização de uma grande família do Povo de Deus, tal a extensão do território diocesano. Daí os contínuos intercâmbios, mantidos pela autoridade diocesana (à época, Dom Mauro) com as Congregações, a fim de “atrair”, para Iguatu, o serviço missionário desenvolvido pelas religiosas.
Auxiliares bem próximas dos reverendos padres, as “irmãs” deixaram marcas indeléveis nas paróquias onde atuaram, mediante um “conjunto” de atividades, que pode ser descrito desta maneira: organização e acompanhamento das CEBs; coordenação e sistematização da Pastoral de Catequese; formação e animação da Vida Litúrgica; formação e preparação dos grupos de pré-jovens e de jovens; realização de cursos de preparação para os Sacramentos; promoção de palestras, seminários e/ou cursos na área da formação humano-social. Além dessas tarefas, algumas freiras se dedicaram a gerenciar o Centro de Treinamento (Diocesano) e a integrar a Comitiva Episcopal por ocasião das Visitas Pastorais.
Com pesquisa realizada, unicamente, em antigas edições do Boletim Diocesano, publicadas entre 1970/1993, apontamos, a seguir, os nomes de algumas religiosas, e a respectiva comunidade paroquial a que serviram.
1 – IGUATU, ACOPIARA E MOMBAÇA. Congregação: Irmãzinhas da Imaculada. Data de chegada à Diocese: 13 de janeiro de 1977. Religiosas: Raimunda Tude, Teresinha Graciema Tamanho (até 02/1983), Dalila Scheffer, Inês, Vanda, Maria Tomellin, Arlinda Domingos, Lúcia Inês Hertz, Rosalina Zsankowiskl, Graça Sampaio, Dedima, Antônia Francilda, Necilda e Rosane Lessa. OBSERVE-SE: Iguatu teve ainda o mérito de ser assistida por estas religiosas: Gilza Menezes, Aurenir e Maria Lúcia Pinheiro. E, da Congregação das Servas de Jesus Sacerdote (auxiliares dos sacerdotes e dos bispos, em suas respectivas residências paroquial e episcopal), pelas Irmãs Marilza, Marlise e Rosa.
Segundo nos informa o Boletim diocesano, as “Irmãzinhas da Imaculada” somavam, na Diocese, em julho de 1987: 10 irmãs e 9 aspirantes, distribuídas nas paróquias de Iguatu, Acopiara e Mombaça.
2 – CARIÚS/JUCÁS – Congregação: Irmãs Josefinas. Religiosas: Maria Félix, Zulmira Morais de Queiroz, Lucinda Félix da Silva, Teresinha de Jesus Rocha e Izabel Barroso de Carvalho (que ficou de 1979-83)
3 – PIQUET CARNEIRO – a) Congregação: Comunidade de Missionárias Diocesanas (de 02.02.1977 até 28.05.1984). Religiosas: Antônia Tereza (até 4.12.1982), Maria de Lourdes Macedo (Assunção), Rita Oliveira e Rolim. b) Sociedade das Filhas do Coração de Maria (Instalada em 27 de agosto de 1985 – permaneceram até inícios de 2002). Religiosas: Francisca Cândido, Maria Lavor (até 1988), Socorro Santos (até 1988), Conceição Félix de Brito, Maria de Lourdes da Silva, Marilene, Digna, Sônia, Dulcinéia e Joanita.
4 – ORÓS. Congregação: Imaculado Coração de Maria. Religiosas: Elda Secchi, Teresinha Maria Koakoski e Leonísia Comin.
5 – SENADOR POMPEU/MILHÃ – a) Congregação: Filhas de Santa Tereza. Religiosas: Guedes, Gláucia e Ana Maria b) Congregação: Franciscanas Bernardinas. Data da instalação: março de 1980. Religiosas: Herbene, Martires Cavalli e Leonor Viana Barbosa, e ainda: Maria Luiza Ribeiro e Elaine. EM MILHÃ: Ir. Maria Lúcia de Araújo e Ir. Lourdes.
6 – ARNEIROZ Congregação: Josefinas. Religiosas: Elvira Alves Xavier, Maria de Fátima Lima, Maria Rita, Benta Maria da Costa e Silva, Gorete Leite. Instalaram-se em 2 de fevereiro de 1980.
7 – CATARINA (ENTÃO PARÓQUIA DE ARNEIROZ). Ramo: Instituto Secular Italiano (que segue a espiritualidade dos Padres Dehonianos). Religiosas: Antônia dal Horta e Santina Pirovano (ficaram durante o biênio: 1981/83). Outras religiosas que trabalharam em Catarina: Carmem e Tereza Cristina
8 – PEDRA BRANCA Congregação: Franciscanas Bernardinas. Data da instalação: 25 de março de 1980. Religiosas: Maria de Lourdes Heinek, Oneide T. Gomes e Celeste Vieira.
9 – CEDRO Religiosas: Orlanda (a pioneira, chegou no começo da década de 70, por empenho do Mons. Costa). Depois, vieram Lúcia, Maria José, Graciene. A partir do paroquiato do Pe. Queiroga, por luta e insistência deste, chegam as irmãs Elvira, Lúcia (até 1998) e Maria Lopes (que faria a emissão, em 1991, de seus votos religiosos, em Cedro).
10 – OUTRAS COMUNIDADES PAROQUIAIS: Saboeiro – Irmãs Elvira, Maria de Fátima Teixeira e Francisca Pereira da Silva (Xuxu). Icó: Ir. Orlanda Rodrigues Alves (1978-83) e Raimunda de Fátima M. de Castro.
Pesquisa e Texto: Prof. Osmar Lucena Filho (PASCOM – Piquet Carneiro). Com a Colaboração de: Irmã Tereza Bandeira (Iguatu), in memoriam, e da Profa. Socorro Lima (Cedro)
FONTE: Boletim da Diocese de Iguatu (1970-1993).
FOTO: Acervo do Prof. Antônio Firmino (Piquet Carneiro)