Celebramos a Sagrada Família: Jesus, Maria, José. Meditamos o mistério do Natal à luz da família de Jesus.
Na convivência familiar, Jesus aprende enquanto homem que tem raízes culturais, próprias da tradição de seu povo. Sobretudo, a tradição religiosa tão rica de símbolos. Entende-se por que é importante a informação: “Seus pais iam todos os anos a Jerusalém para a festa da Páscoa. Quando o menino completou doze anos, segundo o costume, subiram para a festa” (Lc 2, 41-42). Hábito familiar de fiel observância.
Importante também é o episódio noticiado, após a procura de Jesus que, aparentemente, se perdera: “Três dias depois, eles o encontraram no Templo, sentado em meio aos doutores, ouvindo-os e interrogando-os; e todos os que o ouviam, ficaram extasiados com sua inteligência e com suas respostas” (v. 46-47). Portanto, no contexto religioso do culto e do sacerdócio.
Jesus, mesmo sendo adolescente, participa da discussão com os mestres, conhecedores da Lei. Possui os dons da sabedoria e da ciência. São indícios claros de uma liderança futura de mestre e de pregador que se evidenciaria na sua vida pública. Descortina-se em um ano antes de se tornar, oficialmente, apto ou maduro –não tinha ainda treze anos- o que seria, a partir dos trinta, um admirável pregador itinerante a reunir discípulos e seguidores até atrair multidões.
Relevante é a pergunta, cheia de afirmação: “Não sabíeis que devo estar na casa de meu Pai?!” (v. 49). Lembra-nos sua consciência messiânica e filial que o inclinava a cuidar da obra de Deus. Manifestava sua peculiar relação com Deus, seu Pai. Esta ligação filial se manifestaria em suas palavras e ações no anúncio do Reino de Deus durante a vida pública.
A vivência em família, impregnada da santidade de Maria e de José, foi o ambiente no qual Jesus se desenvolveu ou amadureceu: “ crescia em sabedoria, em estatura e em graça, diante de Deus e diante dos homens” (v. 52). Jesus quis precisar de um lar amoroso para se desenvolver. Necessidade vital para todo ser humano, tendo José assumido a autoridade de pai.
A vida de Jesus em Nazaré é a inserção na dinâmica da encarnação: assumir para salvar e santificar. Assumiu a submissão aos pais (v. 51) como já havia assumido a dependência a Maria, desde a concepção ao nascimento. Na submissão e na obediência aos padrões familiares, assumiu os culturais, aprendendo a ser humano de verdade. Nazaré é a escola de fé, de amor e de relações diferenciadas. Escola de vida e de trabalho.
Necessário lembrar que a festa da Sagrada Família coincide, neste ano, com o último domingo. Às vésperas da passagem, avaliamos 2018. Os Meios de Comunicação nos ajudaram a fazer a retrospectiva dos principais fatos. Toda a Igreja (o Papa inclusive) e a Diocese de Iguatu, cada família e pessoa fizeram ou fazem sua retrospectiva para avaliar, discernir e agradecer.
2019 está às portas. Tudo é expectativa ou conjectura. Quanto a nós, somos homens e mulheres de esperança e de ousadia. Por isso, entregamos a Cristo, Senhor da História, os 365 dias de 2019 a serem vividos e construídos com nossas ações sensatas. Tudo faremos com Ele, por Ele e Nele. Nossa construção será feita na graça de Deus para não edificarmos em vão. Confiantes, façamos nosso o desejo do salmista: “Que Deus nos dê a sua graça e sua bênção” (Sl 66).
FELIZ E PRÓSPERO ANO NOVO!