A mensagem do Papa Francisco para o 52º. Dia Mundial das Comunicações Sociais é por demais oportuna e traz uma abordagem bastante feliz pela escolha do tema: “A verdade vos tornará livres” (Jo 8,32). Fake news e jornalismo de paz”
Estamos convivendo com um dramático efeito colateral, provocado pela chegada das redes sociais e a sua infinidade de possibilidades de mensagens. Tal efeito colateral é tão forte que já poderemos atribuir-lhe ser causa de todas as novas consequências das mentiras.
Elas são fartamente propagadas, inclusive por meios de comunicação de massa que deveriam pela sua própria missão defender a boa informação e a verdade, mesmo que seja a de um cliente assessorado.
Como bem defende Papa Francisco – “os instrumentos da comunicação devem estar ao serviço da verdade”.
O fake news além de ser uma mentira espalhada de forma maldosa já destruiu reputações, causou suicídios e provocou em muitas pessoas, jovens inclusive, um quadro agudo de depressão.
Joseph Goebbels, ministro da Ministro da Propaganda na Alemanha Nazista entre 1933 e 1945, no tempo da Segunda Grande Guerra Mundial, tinha como lema a frase “Uma mentira repetida mil vezes, vira verdade.” Mas ele ensinava pior muito parecido com o que hoje campeia nas redes sociais – “Minta, minta, minta que algo ficará, quanto maior for a mentira, mais gente acreditará nela”. Não é semelhante ao momento que vivemos hoje?
Goebbels fez isso contra os judeus para transformá-los em inimigos. Fez o mesmo contra todas as raças que não eram arianos e contaminou muitas mentes doentias que passaram a não só a acreditar nisso como a proliferar e a praticar o ódio.
Nelson Mandela, grande líder mundial, disse que ninguém nasce odiando. “Para odiar, as pessoas precisam aprender, e se podem aprender a odiar, podem ser ensinadas a amar”.
Cristo nos ensina em João no capítulo 8, versículo 32. Ele nos mostra que não há outra saída para um saudável modo de comunicar que não seja a verdade! Disse Jesus: “E conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará”.
A nova mídia que se mistura aos velhos meios, chamados aqui de convencionais, está carregada de vícios que só a adoção da verdade pode mudar, ou pelo menos, colocar de volta nos trilhos do bom caminho.
O Papa Francisco reconhece que não é fácil reconhecer a mentira propagada pelos fake news. “Não é tarefa fácil, por que a informação se baseia muitas vezes sobre discursos variados, deliberadamente evasivos e sutilmente enganadores, valendo-se por vezes de mecanismos refinados”.
Porém, a parte mais significativa do modelo defendido por Francisco é o alerta para a LÓGICA DA SERPENTE, a que ele considera o primeiro fake news registrado pela humanidade quando a serpente engana Eva e a induz a provar do fruto da árvore do bem e do mal. Era apenas uma árvore e não todas que possuía o fruto que se comido teria como recompensa a morte. E assim aconteceu e ambos foram expulsos do Paraíso.
Na sequência, Papa Francisco nos orienta que o único antídoto para a falsidade é deixar-se purificar pela verdade. A verdade tem a ver com a vida inteira e é aquilo em que podemos nos apoiar para não cair. Porém a verdade precisa ser vista e entendida para que não exista nela qualquer insinuação de falsidade mesmo que aquilo que está sendo dito e mostrado seja verdade.
O papel do comunicador, ao que o Papa chama de jornalista, nos coloca como caixas de ressonância de um valor que se mal usado ou esquecido pode trazer grande dor e sofrimento, pois por profissão somos obrigados a informar, formar e isso é também lidar com a vida das pessoas. Uma comunicação verdadeira abre as vias da comunhão e da paz.
O jornalista pensado pelo Papa Francisco é aquele que não propaga fingimentos, é hostil às falsidades e a declarações bombásticas; um jornalismo feito por pessoas para pessoas e considerado como serviço a todas as pessoas, especialmente àquelas – e no mundo, são a maioria – que não têm voz; um jornalismo que não se limite a queimar notícias, mas que se comprometa a buscar as causas reais dos conflitos , para favorecer a sua compreensão das raízes e a sua superação através de processos virtuosos; um jornalismo empenhado a indicar soluções alternativas às necessidades do clamor e da violência verbal.
Francisco não poderia ter sido mais feliz em sua mensagem que é clara e objetiva; rasa e ao mesmo tempo profunda como algo em pó que com a água se revela como aquela verdade.
Papa Francisco nos faz lembrar que o jornalismo de paz, sem fake news, só acontecerá se nós jornalistas conhecermos as vantagens da verdade e descobrirmos que será através dela que a liberdade tão desejada virá.
Por Luís Sucupira
PASCOM DE IGUATU
Assessoria de Imprensa