O Santo Padre recebeu em audiências sucessivas, na manhã de sábado (30/5), no Vaticano, o Cardeal Marc Ouellet, Prefeito da Congregação para os Bispos, e o arcebispo de Trujillo, no Peru, Dom Héctor Miguel Cabrejos Vidarte.
A seguir, na Sala Clementina, recebeu cerca de 400 participantes no encontro, promovido pela Associação Ciência e Vida, por ocasião dos seus dez anos de atividades, que se conclui, neste sábado, em Roma, sobre o tema: “Que tipo de ciência para qual tipo de vida”!
Em sua saudação aos presentes, o Papa disse, inicialmente, que esta Associação “presta um serviço importante e encorajador em prol da pessoa humana”. De fato, a tutela e a promoção da vida representam uma tarefa fundamental, sobretudo em uma sociedade marcada pela lógica negativa do descarte.
Para tutelar a pessoa, explicou o Pontífice, vocês colocam ao centro das suas atividades dois aspectos essenciais: “sair para encontrar” e “encontrar para sustentar”. Trata-se de um dinamismo que vai do centro para as periferias: o centro é Cristo e dele partem as diversas ações, que vão ao encontro da vida humana. E o Papa ponderou:
“O amor de Cristo nos impele a tornar-nos servidores dos pequenos e idosos, de cada homem e mulher, dos quais devem ser tutelados o direito primordial à vida. A existência da pessoa humana, à qual vocês dedicam a sua solicitude, é o princípio constitutivo da sua Associação: a vida, na sua imperscrutável profundidade, cria e acompanha todo o caminho científico. Eis o milagre da vida, que coloca em crise a presunção científica, restituindo-lhe beleza e maravilha”!
Desta forma, Cristo, Luz do homem e do mundo, ilumina a estrada, para que a ciência esteja sempre a serviço da vida, desde a sua concepção até ao seu fim natural. Neste sentido, o Bispo de Roma convidou os membros da Associação “Ciência e Vida” a manter o olhar à sacralidade de cada pessoa humana, para que a ciência esteja realmente a serviço do homem e não homem a serviço da ciência. E o Santo Padre sugeriu:
“Portanto, reconhecendo o valor inestimável da vida humana, devemos refletir também sobre o uso que fazemos dela. A vida é, antes de tudo, um dom. Esta é uma realidade que pode gerar esperança e futuro se for vivificada por elos fecundos, pro relações familiares e sociais, que abrem a novas perspectivas”.
Enfim, quando nos referimos ao homem, recordou o Papa, jamais devemos esquecer todos os atentados perpetrados contra a sacralidade da sua vida: o aborto, a exclusão dos mais necessitados, a morte no trabalho, a morte por desnutrição, o terrorismo, a guerra, a violência, a eutanásia.
Ao se despedir dos numerosos presentes na Sala Clementina, Francisco os convidou a “cultivar e respeitar a dignidade transcendente do homem”, como também a relançar “uma renovada cultura da vida”, que saiba oferecer horizontes de paz, de misericórdia, de comunhão e de diálogo profundo com o mundo da ciência!