Domingo é dia de Oração Mariana. O Papa Francisco, da janela do seu escritório, dirigiu-se à Praça São Pedro lotada de fiéis e peregrinos, e falou de fazer Igreja num sentido amplo e para todos. Nada de fazer ‘igrejinhas’, de modo particular.
O Pontífice começou o Angelus lembrando do Evangelho de Mateus deste domingo, quando Jesus fala da resposta que vem dada ao convite de Deus, representado por um rei, para participar de uma festa de casamento. Um convite que tem três características fundamentais: a gratuidade, a amplidão e a universalidade.
Os convidados são tantos, continua o Papa, mas acontece alguma coisa de surpreendente: nenhum dos escolhidos aceita participar da festa, “pois tem algo a fazer. Na verdade, alguns demonstram indiferença, estranheza e até chateação. Deus é bom conosco, nos oferece gratuitamente a sua amizade, a sua alegria, a salvação, mas, tantas vezes, não acolhemos os seus donos, colocamos em primeiro lugar as nossas preocupações materiais, os nossos interesses.” Alguns convidados, continua o Pontífice, até mesmo maltratam e matam os servos que levam o convite. Mas, não obstante a falta de adesão aos chamados, o projeto de Deus não se interrompe.
“Diante da recusa dos primeiros convidados, Ele não desanima, não suspende a festa, mas repropõe o convite, ampliando, além do limite racional, e envia os seus servos nas praças e nas encruzilhadas das estradas para juntar aqueles que encontram. Trata-se de pessoas normais, pobres, abandonados e deserdados, até mesmo, bons e ruins – até os ruins são convidados -, sem distinção. E a sala se enche de ‘excluídos’. O Evngelho encontra uma acolhida inesperada em tantos outros corações.”
A qualquer um, afirma o Papa Francisco, “se dá a possibilidade de responder” ao convite de Deus. E vice-versa, “nenhum, tem o direito de se sentir privilegiado ou de reivindicar um convite exclusivo”:
“Tudo isso nos induz a vencer o hábito de nos colocarmos comodamente no centro, come faziam os chefes dos sacerdotes e os fariseus. Isso não se deve fazer: nós precisamos nos abrir às periferias, reconhecendo que até quem está nas margens, até mesmo aquele que é rejeitado e desprezado da sociedade é objeto da generosidade de Deus.”
E ter uma generosidade como aquela de Deus, que chega a enxergar quem normalmente é invisível, impede, insiste o Papa, de insistir num outro tipo de erro:
“Todos somos chamados a não reduzir o Reino de Deus aos limites da ‘igrejinha’: a nossa ‘igrejinha’… Não serve isso! Mas a dilatar a Igreja às dimensões do Reino de Deus. Somente uma condição: vestir o vestido de noiva, isto è, testemunhar a caridade concreta a Deus e ao próximo.” (AC)