Presidente do Cimi agradece iniciativa e apresenta carta sobre situação dos índios no Brasil
A intenção de oração universal do papa Francisco para este mês de julho, apresentada ao Apostolado da Oração, é “para que sejam respeitados os povos indígenas, ameaçados na sua identidade e na sua própria existência”. O arcebispo de Porto Velho (RO) e presidente do Conselho Indigenista Missionário (Cimi), dom Roque Paloschi, em encontro com o pontífice na última quarta-feira, 29 de junho, entregou o Relatório de Violência contra os Povos Indígenas de 2014 e uma carta, na qual agradece a atenção que o pontífice tem dedicado à questão indígena.
Na ocasião, dom Roque recebeu o pálio – símbolo do serviço e da promoção da comunhão pelos arcebispos entregue durante a Solenidade de São Pedro e São Paulo. O prelado aproveitou a cerimônia para comunicar sobre as dificuldades enfrentadas pelos povos indígenas no Brasil.
“Vivemos no Brasil uma situação desesperadora diante do sofrimento dos nossos primeiros habitantes”, afirma dom Roque em sua carta. “A indiferença, o avanço dos grandes projetos do agronegócio, a construção de grandes hidrelétricas, a mineração e a devastação do meio ambiente em geral. Isso tudo traz consequências desastrosas aos povos indígenas”, escreveu o arcebispo.
Dom Roque citou a vulnerabilidade dos povos Guarani e Kaiowá no Mato Grosso do Sul e agradeceu a atenção dada por Francisco aos temas ligados aos povos originários.
“Os Guarani Kaiowá têm visto o direito às suas terras ser negado, além de sofrerem repetidas violências de grupos paramilitares e o continuado descaso do próprio Estado”, afirmou. Dom Roque também falou sobre o Relatório de Violência contra os Povos Indígenas no País. O documento revelou aumento de 42% no número de indígenas assassinados em 2014, em relação ao ano anterior. “Santo Padre, isso só nos entristece e nos envergonha como brasileiros e cristãos. Mas posso lhe assegurar que há um grande número de missionários e missionárias que vivem martirialmente junto aos povos indígenas, na defesa da vida e da criação”, considerou.
“Somos profundamente agradecidos pela sua ternura e proximidade com os povos originários do mundo, como sentimos na sua Encíclica Laudato Si, nos encontros na Bolívia, México e em outros pronunciamentos”, disse dom Roque, que pediu a oração e a bênção papal aos povos originários do Brasil.
Evangelização
A outra intenção do papa Francisco para o mês de julho, no âmbito da evangelização, é “para que a Igreja na América Latina e no Caribe, mediante a sua missão continental, anuncie o Evangelho com renovado impulso e entusiasmo”.
A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), em resposta às indicações do Documento de Aparecida, que pede uma Igreja em estado permanente de missão, manteve, de modo especial e temporário, a Comissão Episcopal para a Missão Continental, responsável por incentivar a dimensão missionária nas Igrejas particulares em colaboração com outros organismos e comissões no Brasil, além de trocar experiências com as Conferências Episcopais da América Latina.
O trabalho desenvolvido ajudou na formação de agentes pastorais, apresentação de propostas integradas para a ação missionária nas dioceses e coleta de experiências relacionadas à missão.
Com informações e fotografia do Cimi e da Rádio Vaticano