Celebramos a Solenidade de Maria Assunta aos Céus. É a glorificação da Mãe de Jesus, já participante da vitória do Ressuscitado, como nos diz Paulo: “ A nossa cidadania está nos céus, de onde também esperamos ansiosamente como Salvador o Senhor Jesus Cristo, que transfigurará o nosso corpo humilhado, conformando-o ao seu corpo glorioso, pela força que lhe dá poder de submeter a si todas as coisas” (Filipenses 3, 20-21).
Maria é cidadã do paraíso. Habita a cidade da paz, a nova Jerusalém na qual “ninguém mais precisará da luz da lâmpada, nem da luz do sol, porque o Senhor Deus brilhará sobre eles, e eles reinarão pelos séculos dos séculos” (Ap 22, 5). De fato, o que chamamos de céu é Deus.
É afirmação comum dizer que Maria morreu. Faleceu não devido à pena do pecado original, da qual foi isenta, desde sua imaculada conceição, mas porque foi associada e conformou-se ao seu Filho inclusive em sua morte por nós. O falecimento de Maria é, pois, a entrega serena à vontade amorosa de Deus. Concluiu sua vida como ofertório de si mesma. Morreu como viveu.
Quanto à Assunção, não há fundamentação bíblica explícita, mas base implícita. Decorre da íntima associação da Mãe ao Filho, desde a encarnação até a morte de cruz, incluindo sua Ressurreição e Ascensão à direita do Pai. Além disso, decorre dos demais privilégios: a preservação do pecado, a maternidade divina, a virgindade perpétua, a cooperação estreita na obra redentora, a consagração total de fidelidade ao projeto de Deus.
Existe, igualmente, o testemunho da Sagrada Liturgia. No Oriente, desde o século 6, e em Roma, desde o final do século 7, festejavam-se nas celebrações litúrgicas a dormição, o trânsito ou a passagem de Maria para a eternidade. Primeiramente, a centralidade era no sono da morte. Posteriormente, passou a ser a incorruptibilidade de seu corpo e elevação aos céus.
Coube ao papa Pio XII, após ter consultado todos os bispos da Igreja Católica e recomendado ampla consulta aos fiéis, proclamar o dogma da Assunção, no dia 01 de novembro de 1950, na Solenidade de Todos os Santos, pela Constituição Munificentissimus Deus. Diz o papa: “a Imaculada Mãe de Deus e sempre Virgem Maria, depois de terminar o curso de sua vida terrestre, foi elevada em corpo e alma à glória dos céus”.
Quanto à natureza do corpo glorificado de Maria, valem as imagens utilizadas por Paulo a expressarem a novidade do corpo transformado ou transfigurado na ressurreição: incorruptível, reluzente de glória, cheio de força, espiritual (1 Cor 15, 42-44).
Acolhida nos céus, segundo a imaginação de muitos pelos anjos, é coroada por seu Divino Filho. Trata-se, contudo, da coroa da glória. O prêmio de servir a Cristo é reinar com Ele. Por isso, desde a antiguidade cristã, é invocada como Senhora, Soberana, Rainha enquanto Mãe do Messias-Rei. Reinando na glória com Ele, intercede por nós e torna-se medianeira de graças e bênçãos para a Igreja e o mundo junto ao Mediador. Compõe o Corpo Místico de Cristo na qualidade de membro mais eminente. É conosco membro da Igreja, nossa honra e glória.
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O brasileiro não merece o desalento produzido pelas elites que lhe dão as costas. Está sacudido por crise política, econômica e ética, promovida, em grande parte, pelos detentores do Poder Decisório. A crise vem de cima. Decisões equivocadas desfavorecem os mais pobres e o conjunto da Nação que regride em itens sociais indispensáveis. Quem vai nos devolver o otimismo em relação à Pátria, a esperança em dias melhores, a confiança na Justiça e o avanço em políticas públicas? Certo que não será obra de um só homem.
É tempo de rezar pela paz social, a libertação dos empobrecidos, a promoção da infância e da juventude. É tempo de orar pela Pátria Brasileira. Enfim, é tempo de ação restaurativa..