As Diretrizes Gerais da Ação Evangelizadora da Igreja no Brasil entendem “a Eucaristia e a Palavra como elementos essenciais e insubstituíveis para a vida cristã”. O subtítulo situa o pilar do pão, na liturgia e na espiritualidade.
As Diretrizes pretendem que as Comunidades valorizem a celebração do domingo. Para tanto, apontam alguns encaminhamentos práticos. Comentamos apenas o seguinte: “Resgatar a centralidade do domingo como Dia do Senhor por meio da participação na Missa Dominical ou, faltando essa, na Celebração da Palavra…” (n. 164).
Vivemos um tempo secularizado em que o domingo é, prioritariamente, dia de descanso e de lazer. Nos grandes centros urbanos e também no mundo rural, católicos preenchem o domingo, juntos em família ou com os amigos para se divertirem. Nada errado e é até recomendável, desde que ele seja santificado pelo cumprimento do suave preceito de participarem da Eucaristia ou da Celebração da Palavra. Há quem precise fazer trabalhos servis. Logo, é obra de autêntica pastoral, baseada nas Escrituras e na Tradição Viva, a restauração do Dia do Senhor na consciência e na vida dos fiéis. É dia festivo no qual expressamos a alegria de nossa pertença a Cristo e a seu Povo peregrino.
O domingo (do latim Dominus) acentua o senhorio do Ressuscitado sobre nós. A Ação de Graças que fazemos advém dos primeiros cristãos que se reuniam para a fração do Pão. “Eles mostravam-se assíduos ao ensinamento dos apóstolos, à comunhão fraterna, à fração do pão e às orações” (At 2, 42). O partir o pão diz respeito, precisamente, ao rito eucarístico, memorial da ceia pascal cristã: “O Senhor Jesus tomou o pão e, depois de dar graças, partiu-o e disse: Isto é o meu corpo, que é para vós; fazei-o em memória de mim” (1 Cor 11,23-24). A relação com o primeiro dia da semana, como sendo o dia da celebração eucarística, é recebida da Tradição oral e remete aos apóstolos.
Também o Espírito Santo, após 50 dias (= Pentecostes), desceu sobre a Igreja apostólica e mariana, reunida no Cenáculo de Jerusalém (At 2, 1-13). É o Dom do Pai enviado pelo Filho, o Amor Pessoal no interior da Santíssima Trindade. Dá início à vida da Igreja, redimida e justificada em Cristo, enviada por Ele como sacramento de salvação ao mundo inteiro. Ela se torna, desde então, um fenômeno histórico expressivo. O domingo de Pentecostes intensifica o valor do primeiro dia da semana.
A revelação do Apocalipse confirma a experiência dominical do vidente: “No dia do Senhor fui movido pelo Espírito, e ouvi atrás de mim uma voz forte, como de trombeta, ordenando: Escreve o que vês, num livro, e envia-o às sete Igrejas…” (Ap 1, 10-11).
Em síntese, a centralidade da celebração dominical é evidenciada pela Palavra e a Eucaristia. Jesus vivo entre nós expressa que lhe pertencemos. Manifesta que somos a Assembleia reunida, em seu Nome, pela atividade forte ou suave do Espírito.
Celebrar o domingo é encontrar-se com os irmãos e irmãs, filhos do Pai, em Cristo, membros da Igreja, nossa Mãe e Esposa do mesmo Espírito. Viver o domingo consiste em manifestar ao mundo nossa alegria, em Cristo e no Espírito. É poder expressar a liberdade de participação no culto público ao Senhor. É ato de fé, de amor e esperança em Deus.