Comemoraremos a Senhora Sant’Ana, Padroeira da Cidade de Iguatu, no próximo dia 26 de julho.
No dia 16, em carreata saindo da Matriz, foi conduzida sua imagem à Catedral, doação do Pároco, Padre Roberto, e recebida com aplausos calorosos pelos fiéis que lotavam o templo. No dia seguinte, 17, foi aberta a solene novena com missa na Praça e caminhadas madrugadoras. No domingo, dia 23, ocorrerá a Primeira Corrida de Rua Senhora Sant’Ana com atletas do Centro-Sul e de cidades circunvizinhas.
Felicitamos os organizadores e participantes da Corrida. Fazemos votos que inaugurem o calendário de festejos anuais. Seja, pois, a primeira de outras tantas. Expresse a colaboração entre o poder público, a iniciativa privada e a população. Aliás, o esporte, em todas as suas categorias, faz bem aos habitantes da Cidade, promove a saúde física e mental dos competidores. É sempre bem-vindo.
Há muitas leituras e avaliações sobre a cidade, o melhor fruto de uma sociedade organizada. De fato, mede-se o nível social de uma população pela qualidade de vida da sua cidade. Ligada à cultura de um povo, polo de ressonância de seu modo de viver, de crer, de aspirar, é referência de identificação onde alguém nasceu ou vive. Quem migra ou emigra, leva consigo sua cidade natal como memória viva da própria origem. Entende-se por que o dia da Senhora Sant’Ana serve igualmente de reencontro com a família e amigos.
Não existe cidade sem problemas, especialmente os da inclusão dos pobres. Iguatu, embora média, já possui desafios de cidade grande. Diante disto, convém lembrar que a festa existe para celebrar, não para reivindicar melhorias ou apontar urgências. Como construtores da Cidade, festejemos.
Embora respeitando e aceitando o pluralismo religioso, não se pode ignorar o substrato cultural católico de Iguatu. A devoção popular liga a imagem de Ana à de Maria, a mãe com a filha. Assim sendo, a simbologia da família natural, estabelecida por laços maternos, de amor, de fidelidade e de cumplicidade torna-se a alma dos festejos que atraem as pessoas para o longo itinerário da procissão.
É belo e estimulante ver os velhos, os jovens e as crianças no cortejo, expressando as várias gerações parentais, pois a Cidade é também o espaço no qual o tempo interliga, no presente, tanto o passado quanto o futuro, inclusive os que morreram.
Em Iguatu, o título da celebração é: Santana, Mãe de Nossa Senhora, Padroeira Municipal. É solenidade, quer dizer, leem-se três leituras. A do Livro do Eclesiástico se aplica aos avós e aos pais; inclui os netos e os filhos ao elogiar os antepassados: “Eles permanecem com seus descendentes; seus próprios netos são a sua melhor herança. A descendência mantém-se fiel às alianças e, graças a eles, também os seus filhos” (Eclo 44, 11-13).
O texto de Paulo permite imaginar os antepassados de Jesus, inclusive seus avós, na perspectiva universal da promessa feita a Israel e à humanidade: predestinados a serem conformes à imagem de seu Filho…e os que predestinou, também os chamou, os justificou e glorificou (Rm 8, 29-30). Portanto, vão além do parentesco para serem inseridos no plano universal da salvação em Cristo.
Quanto ao Evangelho (Mt 13, 16-17), Jesus contrapõe a felicidade de vê-lo e de ouvi-lo ao desejo que tiveram as gerações que o precederam e prepararam seu advento. Estas não o viram nem ouviram. A observação valeria para Joaquim e Ana? Não o sabemos. No entanto, vale para nós que o vemos e ouvimos somente pela fé. De fato, somos felizes porque cremos, mesmo sem tê-lo visto (Jo 20,29). Logo, no tempo presente, o importante é caminhar na fé, não na visão.
Para o bispo, São João Damasceno, o casal festejado é conhecido pelo seu fruto. Por isso, exclamou: “Ó casal feliz, Joaquim e Ana! A vós toda a criação se sente obrigada. Pois por vós ofereceu a mais valiosa dádiva das dádivas ao Criador, a mãe pura, única do Criador! ” Então, por Sant’Ana e por São Joaquim, nós louvemos a Maria, Mãe de Jesus e nossa.